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Lucro da Navigator sobe para 270 milhões até setembro

A produtora de pasta e papel aumentou nos primeiros nove meses do ano o volume de negócios em mais de 62% com a evolução favorável de preços. O aumento dos custos continua a ser "uma das principais preocupações", mas a Navigator diz que mantém o plano de diversificação de produtos no "tissue" e nas embalagens.

A evolução de custos continua a ser das principais preocupações do grupo.
D.R.
25 de Outubro de 2022 às 17:39
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A The Navigator Company registou lucros de 270,5 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, mais 136,7% do que os 114,2 milhões anunciados no mesmo período do ano passado.

Na apresentação dos resultados até setembro, a produtora de pasta e papel adianta ainda que o volume de negócios atingiu os 1.822,5 milhões de euros, mais 62,8% do que no período homólogo de 2021, o que justifica pela "evolução favorável de preços".

No caso da pasta de papel, sublinha, os preços estão "em máximos históricos", apresentando no final de setembro um aumento de 42% em relação ao início do ano. "A subida de preços de pasta verificada nos últimos 12 meses permitiu compensar o decréscimo de volumes face ao período homólogo, com o volume de negócios nesta rubrica a refletir uma variação positiva de 42,3%", refere.

Relativamente às vendas de papel de impressão e escrita não revestido (UWF) a Navigator revela que totalizaram 1,1 milhões de toneladas nos primeiros nove meses, um aumento de 4,9% face ao período homólogo, "denotando um esforço significativo da companhia em servir as necessidades crescentes dos seus clientes, num enquadramento de constrangimentos da oferta disponível e marcado por graves restrições logísticas".

Segundo a empresa, o valor das vendas "foi impulsionado pela subida generalizada de preços a nível internacional, que a Navigator acompanhou, evidenciando assim um crescimento de cerca de 65% face ao período homólogo".


Como refere, 95% do volume de vendas de papel UWF foi efetuado em mercados externos. Ainda assim, acrescenta, as vendas no mercado nacional aumentaram em cerca de 8%, "em resposta à escassez de papel que se fez sentir no país, mas no qual a subida de preços foi mais contida".


No segmento do packaging, a Navigator refere que no terceiro trimestre houve uma "ligeira desaceleração na procura provocado pelo efeito da sazonalidade associada ao verão e também um sentimento global de inversão de ciclo económico, afetado pelo atual contexto de forte inflação e dúvidas relativamente à evolução das economias", mas ainda assim "foram atingidas vendas superiores a 70 milhões para o setor de embalagem, para as indústrias transformadoras de sacos, de embalagens flexíveis e de cartão canelado".


Já no "tissue" o volume de vendas atingiu cerca de 77 mil toneladas, uma redução de perto de 1% face ao período homólogo, frisa a Navigator.


Por seu lado, nos primeiros nove meses do ano, a venda de energia elétrica totalizou 195 milhões de euros, o que representa um aumento de 106% face ao período homólogo.


Até setembro a empresa atingiu um EBITDA de 551,9 milhões de euros, mais 124,4% do que os 246 milhões registados no período homólogo do ano passado, com a margem sobre vendas a atingir 30,3% (mais 8,3 pontos percentuais), "beneficiando do esforço de melhoria de eficiência, e evolução muito favorável dos preços de venda nos mercados internacionais".

O endividamento líquido do grupo reduziu-se para 372 milhões de euros, sendo o rácio da dívida líquida/EBITDA de 0,56x no final de setembro.

Neste período o montante total de investimentos ascendeu a cerca de  65 milhões de euros, dos quais cerca de 26,6 milhões são referentes a investimentos classificados como ambiente.


"O reduzido nível de endividamento que a Navigator regista atualmente permite-lhe considerar estratégias de crescimento, estando a companhia atenta a oportunidades através de investimento e/ou parcerias para o desenvolvimento do seu negócio, nomeadamente oportunidades de eliminação de estrangulamentos de produção nos seus negócios tradicionais, bem como de crescimento nos segmentos de tissue, packaging e energia", afirma ainda a empresa no comunicado à CMVM.


Quanto às perspetivas futuras, a empresa liderada por António Redondo assume que "a evolução de custos continua a ser uma das principais preocupações", acrescentando que "mantém o plano ambicioso de diversificação e de desenvolvimento de produtos, nomeadamente nos segmentos de ‘tissue’ e ‘packaging’".

"O enquadramento atual é sem dúvida desafiante, com pouca visibilidade sobre a evolução da conjuntura geopolítica e macroeconómica, o que exigirá uma constante adaptação à realidade", diz ainda.

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