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Lucro da Navigator recua 15% para 137 para milhões até junho
A redução no consumo aparente de todos os tipos de papéis à exceção do tissue contribuiu para que as vendas totais da Navigator recuassem 14% no primeiro semestre. Já o investimento até junho mais do que triplicou para 113 milhões.
A The Navigator Company apresentou lucros de 137,4 milhões de euros na primeira metade deste ano, menos 15,1% do que os 161,9 milhões registados no mesmo período de 2022.
Em comunicado, a produtora de pasta e papel salienta que os resultados foram "obtidos através da eficiência das operações, controlo de custos e preços internacionais ainda historicamente elevados", acrescentando ter-se tratado do "segundo melhor primeiro semestre da história da empresa".
As vendas totais somaram 979,5 milhões de euros, menos 14,2% face ao primeiro semestre do ano passado, quando superaram os 1.142 milhões.
Relativamente aos custos, a Navigator refere que no primeiro trimestre deste ano verificou-se "uma redução dos custos variáveis nomeadamente de logística, de energia e de algumas matérias-primas, que se acentuou, de forma significativa, ao longo do segundo trimestre", o que "aliado ao esforço de manutenção de preços e enriquecimento do mix de produto, compensou parcialmente a redução de volumes de venda de papel".
O primeiro semestre deste ano, acrescenta, fechou assim "com uma quebra acentuada dos 'cash costs' em todos os segmentos, uma redução média de cerca de 8% nos segmentos de pasta e papel e de perto de 5% no segmento de tissue, face aos registados no último semestre de 2022".
Os custos fixos totais acabaram por situar-se 1% acima dos custos fixos do período homólogo, "bem abaixo da evolução da inflação", aponta.
O EBITDA recuou 26,6% para 253 milhões, enquanto a margem EBITDA se ficou nos 25,8%.
"A mobilização da empresa e das suas equipas é especialmente importante numa altura em que para além da necessidade de gestão numa conjuntura de mercado adversa, a Navigator continua a implementar com confiança os seus projetos de investimento em programas de crescimento e de diversificação", afirma na nota o grupo liderado por António Redondo, salientando que na primeira metade deste ano o valor total dos investimentos ascendeu a 113 milhões, o que compara com 34 milhões no período homólogo. Desse montante, cerca de 62% - 69 milhões -, "integram investimentos em melhorias ambientais ou de cariz sustentável", diz.
No segmento de papéis de impressão e escrita, a Navigator salienta que, apesar do "contexto global de forte queda de procura aparente (menos 10%), "continuam a ser os mais resilientes, tendo registado um decréscimo de 5%", o que compara com outros tipos de papel que caíram 17% e 19%.
A empresa refere que a manutenção do nível de preços e o foco nas marcas de fábrica e segmentos premium "permitiu compensar parcialmente o decréscimo de volumes, situando-se o valor das vendas cerca de 23% abaixo do período homologo".
Relativamente ao packaging, adianta que a base de clientes é hoje superior a 230 clientes ativos, em 30 países, desde a entrada no negócio em 2021.
No tissue o grupo destaca o aumento do volume de vendas até junho de 20% face ao período homólogo, "tendo a evolução favorável dos preços potenciado um valor das vendas de cerca de 50%".
No segmento da pasta de papel, a Navigator salienta que primeiro semestre foi marcado pela redução dos preços da pasta, vindos de máximos históricos. As suas vendas situaram-se em 216 mil toneladas, o que representa um aumento de 44% face ao período homólogo, sendo que o valor das vendas foi "condicionado pelo atual nível de preços, evidenciando assim um crescimento de cerca de 17%" face há um ano.
A dívida líquida remunerada da Navigator fixou-se em 572,5 milhões de euros em junho, mais 51,9 milhões do que no mesmo mês de 2022, justificado pela empresa com o impacto da aquisição da Gomà-Camps Consumer, a distribuição de 200 milhões de dividendos e pelo valor de IRC pago em maio. O rácio dívida líquida/EBITDA foi de de 0,89x;