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Lucro da Navigator cresce 20% para 241 milhões até setembro

O volume de negócios da produtora de pasta e papel aumentou 7,4% aproximando-se dos 1,6 mil milhões de euros. Navigator vai apoiar fornecedores e produtores florestais afetados pelos incêndios de setembro.

A Navigator teve lucros de 64,1 milhões de euros até março.
DR
24 de Outubro de 2024 às 18:55
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A The Navigator Company registou um resultado líquido de 241,4 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, o que representa uma subida de 20,3% face ao mesmo período de 2023.

No comunicado de apresentação dos resultados, a produtora de pasta e papel adianta que o volume de negócios somou 1.569 milhões de euros, um crescimento de 7,4% em termos homólogos.

Já o EBITDA atingiu 431,3 milhões, aumentando 14,5% face a setembro de 2023, com a margem EBITDA a subir 1,7 pontos percentuais para 27,5%.

"Estes resultados são fruto da resiliência da Navigator perante a volatilidade do mercado, da sua eficiência na gestão do mix de negócios, da estratégia comercial e do controlo de custos", afirma o grupo liderado por António Redondo.

Em termos comerciais, a Navigator explica que "a robustez dos preços de papel de impressão, de embalagem e de tissue e o maior peso dos novos segmentos de negócio, tissue e packaging, garantiram os bons resultados registados".

Por seu lado, acrescenta, "o foco na eficiência e gestão de custos, permitiu nova redução significativa de 'cash costs' entre 4% e 12%, face ao período homólogo, em todos os segmentos de pasta e papel (impressão e escrita, tissue e packaging)". Já "o esforço continuado de controlo de custos permitiu reduções de 'cash costs' entre 20% e 30%, desde o valor máximo atingido em finais de 2022, ainda que se mantenham em níveis superiores aos verificados na pré-pandemia".

"A estabilização do preço pago pela madeira nacional à porta da fábrica em 2023 e 2024, após substancial aumento nos 6 anos anteriores", diz, deu um "importante contributo".

No negócio do papel de impressão e escrita, a empresa salienta o crescimento em todos os segmentos. As vendas de papel de impressão e embalagem cresceram 17% nos primeiros nove meses, face ao período homólogo, com o valor das vendas a crescer 7%.

Até setembro, o volume de vendas de tissue na Navigator registou um aumento de 53% para 155 mil toneladas, com um crescimento do valor de cerca de 48%, face ao período homólogo, "beneficiando da entrada de nova capacidade da Navigator Tissue Ejea no segundo trimestre de 2023 e da nova capacidade da Navigator Tissue UK a 1 de maio de 2024", explica.

As vendas internacionais no negócio tissue representaram, assim, nos primeiros nove meses deste ano, um peso de 78% do volume de vendas deste segmento.

No "packaging", o volume de vendas aumentou 108% em comparação com o mesmo período do ano anterior, tendo para isso contribuído a entrada em vários novos segmentos, sobretudo na área de embalagem flexível.

O montante total de investimentos até setembro ascendeu a 151 milhões de euros, acima dos 142 milhões apurados no período homólogo, dos quais cerca de 81 milhões estão classificados como investimentos de cariz sustentável.

Apoio aos afetados pelos incêndios

No comunicado de apresentação das contas do terceiro trimestre, o grupo anuncia ainda o lançamento de ações para apoiar fornecedores e produtores florestais afetados pelos incêndios de setembro.

A Navigator faz notar que "a gestão profissional dos espaços florestais tem-se mostrado a solução mais eficaz para a prevenção de incêndios, como demonstrado pelo facto de que as áreas geridas pela indústria corresponderam a apenas cerca de 2% da área total afetada, uma proporção 5 a 10 vezes inferior aos povoamentos não geridos de eucaliptal, pinhal ou mesmo de outras folhosas".

Do conjunto de ações destinadas a minorar as consequências para os produtores das regiões afetadas, a empresa salienta  a implementação de meios de apoio para que seja possível selecionar e segregar a madeira sem quaisquer vestígios de carvão, valorizando-a.

A empresa diz que "continuará, como sempre fez, a pagar a madeira das regiões assoladas pelos trágicos incêndios a preço de mercado", assumindo ainda "um premium de preço para apoiar o seu descasque que elimine qualquer eventual vestígio de carvão", de forma a cumprir os "critérios de qualidade definidos nas condições de receção das nossas fábricas e permitir o seu aproveitamento para produção de celulose".

Assim, frisa, "combaterá qualquer eventual tentativa de aproveitamento especulativo que pudesse procurar beneficiar da (ou com a) situação, prejudicando ainda mais os produtores florestais afetados".

Para além da receção de madeira, o grupo diz que "são reforçadas as ajudas à aquisição de equipamentos florestais e disponibilizados adiantamentos de tesouraria aos nossos fornecedores e parceiros atingidos por este flagelo" e que "para a madeira queimada ou com vestígios de carvão que não venha a ser possível valorizar para fins industriais, será aceite a sua utilização como fonte de biomassa triturada para produção de energia renovável, sendo igualmente paga a preços de mercado".

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