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Lucro da Altri aumenta 144,8% com alta dos preços e aumento da procura
O grupo registou um resultado líquido de 29,8 milhões de euros, já sem a GreenVolt. O preço da pasta, que ascendeu aos 1.200 dólares por tonelada no final do primeiro trimestre, permitiu o crescimento das receitas, do EBITDA e dos lucros.
A Altri registou nos primeiros três meses deste ano lucros de 29,8 milhões de euros, um aumento de 144,8% face aos 12,2 milhões de euros registados no primeiro trimestre de 2021, já sem a GreenVolt, que passou a ser considerada "operação descontinuada" em termos de reporte de informação financeira.
Em comunicado, o grupo adianta que as receitas totais atingiram os 249,2 milhões de euros até março, um crescimento de 46,5% face ao mesmo período de 2021, frisando que "o desempenho financeiro foi fortemente impactado pelo volume de produção de fibras, mas principalmente pelo crescimento das vendas num contexto de alta dos preços nos mercados internacionais".
O EBITDA atingiu 61 milhões de euros, mais 85,6% face ao primeiro trimestre do ano passado, "apesar do aumento de custos com o gás natural, químicos, assim como um maior nível de importação de madeira terem ditado um acréscimo relevante dos custos de produção por tonelada", salienta.
A margem de EBITDA aumentou 5,1 pontos percentuais para 24,5%, "reflexo da crescente eficiência num contexto de inflação generalizada", aponta.
Nas unidades do grupo - Celbi, Biotek e Caima - o volume total de fibras celulósicas produzidas no primeiro trimestre atingiu as 280,3 mil toneladas, um nível praticamente igual ao do período homólogo.
Em termos de vendas de fibras celulósicas, o volume atingiu cerca de 298,1 mil toneladas, menos 2,1% em termos homólogos, com os mercados externos a absorverem 86% do total.
O investimento líquido total realizado pelo grupo foi, até março, de 6,8 milhões de euros.
A dívida líquida era no final do primeiro trimestre de cerca de 303,3 milhões de euros, o que representa uma redução face aos 344 milhões registados no final de 2021. O rácio dívida líquida/EBITDA anualizado fixou-se em 1,2x.
Na mensagem que acompanha o comunicado de divulgação das contras trimestrais, o CEO da Altri salienta o facto de o grupo ter apresentado um elevado nível de produção de fibras celulósicas, "acabando por beneficiar da forte procura, mas também da continuação da tendência crescente dos preços nos mercados internacionais".
"A procura por fibras celulósicas continua a apresentar uma dinâmica muito positiva, na generalidade das geografias, com exceção da China", afirma José de Pina, acrescentando que este contexto, associado aos reduzidos stocks, tem levado a sucessivos aumentos de preços.
O preço, diz, ascendeu aos 1.200 dólares por tonelada no final do primeiro trimestre, "mas desde então foram já anunciados ao mercado várias atualizações, totalizando 100 dólares", o que permitiu o crescimento das receitas, do EBITDA e resultado líquido do grupo.
O responsável admite que o contexto adverso vai continuar, com "forte aumento dos preços da energia e de matérias-primas, em especial dos produtos químicos e madeira", frisando que "as pressões inflacionistas que se fazem sentir são reflexo das disrupções nas cadeias logísticas", agora "exacerbadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia, um ato condenável a todos os níveis". Uma realidade, acrescenta, "que nos vai acompanhar ao longo dos próximos tempos".
José de Pina destaca ainda os avanços na preparação do projeto Gama que o grupo tem na Galiza. "Demos um passo importante recentemente, ao eleger Palas de Rei, em Lugo, como reunindo as condições adequadas para a localização do complexo de fibras sustentáveis", afirma.
Os passos seguintes incluirão o estudo de impacto ambiental, o início do detalhe do projeto de engenharia e viabilidade económica, assim como a definição da estrutura de financiamento.
O projeto da Galiza decorre de um memorando de entendimento assinado com a Impulsa, um consórcio público-privado da região da Galiza, para estudar em exclusivo a construção de uma unidade industrial de raiz com uma capacidade produtiva anual de 200.000 toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis.