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Investidor brasileiro em Portugal: "São menos burocráticos e mais 'mãos à obra'"

Hidalgo Dal Colletto, CEO da fabricante de placas eletrónicas Standard America, que projeta a abertura de uma fábrica em Portugal, com a criação de 50 empregos, incentiva indústrias brasileiras a investirem no nosso país a reboque dos apoios financeiros da UE.

Hidalgo Dal Colletto, CEO da Standard America.
21 de Janeiro de 2021 às 14:28
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"Portugal mostra-se um país disposto a apoiar a internacionalização da indústria brasileira, em especial a desenvolvedora de tecnologia, abrindo as portas do mercado europeu para novas operações", afirma o empresário Hidalgo Dal Colletto, CEO da Standard America, fabricante de placas eletrónicas, em Campinas, que pretende abrir uma fábrica "entre Aveiro e Coimbra", com arranque das operações previsto para a primeira metade do próximo ano.

 

O CEO da Standard America, que submeteu o seu projeto industrial em território nacional ao Portugal 2020, incentiva as congéneres brasileiras a seguirem o seu exemplo, descrevendo o programa de apoios comunitários e oferecendo dicas ao empresariado do lado de lá do Atlântico.

 

"Com um ‘quê’ de ousadia e boa vontade para entender as necessidades mercadológicas e a forma como os portugueses – e os europeus, de modo geral – fazem negócios, quaisquer empresas brasileiras podem candidatar-se ao financiamento do projeto Portugal 2020", garante Hidalgo Dal Colletto, numa espécie de carta aberta enviada ao Negócios.

 

Intitulado "Internacionalização: como Portugal está abrindo o mercado europeu à pequena indústria brasileira", o empresário afirma que "o que Portugal precisa é de força de trabalho, inovação tecnológica e indústrias dispostas a gerar empregos localmente. E, uma vez que se conquiste espaço no país europeu, a comunidade europeia se abre aos negócios com muito mais facilidade e entusiasmo", afiança.

 

Segundo o CEO da Standard America, existem outros atrativos em Portugal para os empresários brasileiros. "Aqui, estamos acostumados com a eterna burocracia. Em Portugal, sua empresa é aberta, legalmente, em cerca de uma hora – no Brasil, chega a demorar 180 dias", observa.

 

Por outro lado, assegura, os órgãos regulatórios em Portugal "disponibilizam modelos de documentos aos quais o empreendedor se adapta, sem a necessidade de criar seus próprios contratos".

 

Já em termos culturais, "as relações comerciais partem da confiança entre os envolvidos, sendo menos burocráticas e mais ‘mãos à obra’", diz Colletto.

 

"É importante que se saiba disso, porque o português é literal: é preciso que se respeite sua cultura para que essa confiança não seja maculada", avisa.

 

"Se você souber de alguma ‘galinha morta’, que eu possa ressuscitar, me avise"

 

Foi em abril do ano passado que Hidalgo Dal Colletto, juntamente com o seu amigo e também empresário Ricardo Helmlinger, compraram a condenada Stolden e rebatizaram a empresa para Standard America.

 

"Eu estava procurando um negócio para investir e liguei para um amigo, que sabia que também estava estudando coisas novas. Falei: se você souber de alguma ‘galinha morta’, que eu possa ressuscitar, me avise. Ele respondeu: ‘eu tenho uma, mas acho que ainda está viva, e lhe proponho sociedade", costuma contar Hidalgo Dal Colletto.

 

O amigo, Ricardo Helmlinger, levou-o a conhecer a Stolden, que tinha sido constituída há dois anos mas que estava em funcionamento há pouco mais de um ano.

 

Com medo da pandemia, os então donos da Stolden pretendiam fechar a empresa dentro de dias, tendo até já comunicado a decisão aos trabalhadores.

 

Desde então, a empresa mais do duque duplicou o efetivo para 120 trabalhadores, abriu um escritório nos Estados Unidos, triplicou a faturação para cerca de sete milhões de reais (aproximadamente 1,1 milhões de euros) e prepara agora a internacionalização industrial para Portugal.

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