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Peliteiro: "Ganhámos a instalação de 200 máquinas na PSP"

Joaquim Peliteiro, que divide o capital da Super 2000 com a filha do seu antigo patrão francês, abre o álbum de recordações sobre os primeiros tempos da empresa e revela que ganhou, no final do ano passado, o concurso para a instalação de 200 máquinas de “vending” nas esquadras da PSP.

29 de Janeiro de 2016 às 18:39
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Continua a ter como sócio o seu antigo patrão francês, José Croveri?

Agora é a filha, Michele, porque o pai já tem 90 anos. Foi em 2005 que o pai passou tudo para o nome da filha.

 

Quem é que controla o capital da Super 2000?

É uma sociedade 50/50%.

 

E tem corrido tudo tão bem com a filha como corria com o pai?

Lindamente. E espero que assim continue. Se eu estou aqui é graças a eles. Embora seja eu que esteja aqui a trabalhar, a contribuir para que o património deles seja anualmente aumentado, é a minha vez de retribuir. Porque em 1993 foi o senhor Croveri que fez com que eu chegasse até aqui – ele era o sócio capitalista e eu o homem do trabalho. Agora é a minha vez de retribuir.

 

O senhor José Croveri tem 90 anos. A sociedade com Michele, que tem 68 anos, sobreviverá ao desaparecimento do pai?

Eu tenho uma relação muito simpática com a filha. Vou a Paris de dois em dois meses e visito-os sempre. Ainda agora, a 9 de Fevereiro, Carnaval, vou lá passar o dia com eles. Temos uma boa relação e enquanto o pai for vivo está fora da questão uma possível compra da parte da Michele. Quando o pai desaparecer… claro que eu tenho sempre a opção de comprar os restantes 50%... claro que faz parte dos meus objectivos, mas não para já.

 

Mas inicialmente havia um terceiro sócio, certo?

Quando arrancámos, em 1993, éramos três sócios: eu, o meu primo Fernando Oliveira e o senhor José Croveri - cada um detinha 33,33% do capital. A participação do Fernando, que saiu em Abril 2005, foi adquirida, de forma equitativa, por mim e pelo senhor Croveri,

 

Em 1993, só havia uma empresa em Portugal a operar na área de "vendig". Como é que começaram a trabalhar no mercado nacional?

Trouxemos de França umas 50 máquinas de ocasião e passámos seis meses, todos os sábados, a trabalhar nas máquinas – a lixá-las e a pintá-las, a refazê-las por dentro, mudando as caldeiras e os tubos por onde passa a água. Pelo menos na zona Norte, fomos os primeiros a ter no mercado máquinas a funcionar com moedas e a ter este sistema de trabalho. Viemos com este tipo de máquina para ver se as pessoas iriam aceitar, até porque o português gosta do cafezinho na chávena e não no copo de plástico. E as máquinas eram de café solúvel e não em grão. Enfim, tínhamos um certo receio de que não fosse bem aceite. Mas foi. No ano seguinte, em 1994, começamos a comprar máquinas de café em grão.

 

A Super 2000 tem cerca de 4.100 máquinas de "vending" espalhadas pelo país, mas é sobretudo no Norte que está melhor implantado, certo?

Temos três mil no Norte e cerca de 1.100 na Grande Lisboa. E temos um pequeno armazém, de 250 metros quadrados, em Aveiro, cobrindo toda esta zona até Coimbra.

 

Pode revelar alguns dos mais de mil clientes da Super 2000?

CTT, PSP, PT, Randstad, Reditus, Vodafone, Nos, Siemens, Bial, Riopele, Lameirinho, Têxtil Manuel Gonçalves, a universidade Fernando Pessoa, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto, hospitais como os de Famalicão e de Felgueiras, a rede de saúde Clipóvoa…

 

Joaquim Peliteiro com José Croveri, seu sócio e antigo patrão francês.
Joaquim Peliteiro com José Croveri, seu sócio e antigo patrão francês. DR

Quanto é que o grupo facturou em 2015?

Cerca de 20 milhões de euros. Nos últimos anos, temos registado um crescido anual entre 8% a 10%.

 

E houve algum investimento relevante no último ano?

Em 2015 investimos 1,5 milhões de euros na compra de máquinas, de um programa informática de controlo de gestão e num novo armazém, com uma área de mil metros quadrados, aqui em Famalicão.

 

E há algum novo investimento na forja?

Estamos a trabalhar na introdução de uma componente interactiva nas máquinas, para que possamos aumentar as vendas. Mas não é fácil programar o crescimento de pontos de venda. O meu principal objectivo é guardar sempre o que tenho - não perder clientes. Se conseguirmos angariar alguma coisa mais, perfeito… Mas para angariar tenho que ir buscar clientes à concorrência, sendo que a concorrência também trabalha bem. Temos crescido mais através dos concursos que vão abrindo…

 

Qual foi o último grande concurso que ganharam?

Chegamos a 2015 praticamente sem comprar máquinas e, de um momento para o outro, em Dezembro passado, comprei 200 máquinas para colocar nas instalações da PSP. Foi em Novembro que ganhámos o concurso da PSP, onde participaram outras duas empresas do sector. Das 200, faltam instalar 40. Por aqui está a ver que não é fácil programar o meu "timing" durante 2016. Se conseguir um aumento de receita na ordem dos 5% a 8%, seria o ideal.

 

Em que lugar se posiciona a Super 2000 no "ranking" nacional do sector de "vending"?

Se seguirmos os indicadores de um fornecedor comum, a empresa que fornece os copos para as máquinas, somos nós que mais copos compramos. Se formos por aí, seremos eventualmente a número um. Não sei o número de máquinas que a nossa concorrência tem. Eu não posso dizer que somos a maior empresa do país. O que posso dizer é que a Super 2000 é eventualmente a maior empresa do país.  

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