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Farmacêutica israelita Teva elimina 14.000 empregos

A redução de postos de trabalho faz parte da estratégia para cortar custos em 3.000 milhões de dólares até 2019. O número anunciado corresponde a cerca de um quarto do total de colaboradores a nível mundial. Em Portugal, onde dá trabalho directo a 115 pessoas, a empresa não comenta a notícia.

14 de Dezembro de 2017 às 13:17
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A farmacêutica Teva anunciou que vai reduzir a sua força laboral mundial em 14.000 trabalhadores, cerca de um quarto do total de colaboradores da empresa israelita, estimado em 57 mil pessoas. 

A medida faz parte do plano de reestruturação apresentado esta quinta-feira, 14 de Dezembro, e que de acordo com a companhia é "crucial" para recuperar a segurança financeira e estabilizar o nosso negócio.

"Estamos a tomar medidas imediatas e decisivas para reduzir os custos do nosso negócio global e para nos tornarmos numa empresa mais eficiente e rentável," refere um comunicado da Teva.

A redução do número de colaboradores será levada a cabo ao longo dos próximos dois anos, embora a maioria deva acontecer já em 2018. A maior parte dos colaboradores afectados será informada nos próximos 90 dias. 

Mais de 10% da força laboral está concentrada no país de origem da farmacêutica, Israel (6.800 trabalhadores, onde deverão desaparecer 1.700 postos de trabalho), enquanto nos EUA emprega 10.700 pessoas. A maior parte dos trabalhadores está instalada em países europeus.

O comunicado não indica que mercados serão abrangidos pelos cortes na companhia que, em Portugal, emprega 115 colaboradores de acordo com o site da empresa. Ao Negócios, fonte da empresa instalada em Porto Salvo disse que "neste momento a Teva Portugal não vai fazer qualquer comentário relativamente a essa notícia," não adiantando qualquer prazo para uma possível tomada de posição. 

A farmacêutica israelita espera reduzir custos em 3.000 milhões de dólares (cerca de 2.500 milhões de euros à cotação actual) até ao fim de 2019, o que compara com 16.100 milhões de dólares de custos registados este ano. Esta redução será alcançada com a simplificação interna de estruturas, optimização do portefólio de medicamentos genéricos, encerramento de instalações e também com a venda de activos.

A reestruturação deverá custar pelo menos 700 milhões de dólares (590 milhões de euros), "principalmente relacionados com custos de indemnização, potenciais custos acrescidos após decisões de encerramento ou desinvestimento em fábricas, instalações de investigação e desenvolvimento, sede e outros escritórios".

Segundo o Financial Times, a Teva está a braços com 35 mil milhões de dólares em dívida, grande parte relacionada com a compra do negócio de genéricos da Allergan, aquisição realizada antes da descida no mercado do preço destes medicamentos. Em Novembro a agência de notação Fitch cortou o rating da empresa para "lixo", justificando com o "stress operacional numa altura em que [a empresa] precisa de reduzir dívida."

As acções da Teva fecharam a sessão de ontem a recuar 4,96% para 15,70 dólares. Negoceiam em período antes da abertura de mercado a disparar 16,31%.

A empresa está em Portugal desde 2004. Em 2010 e 2011 adquiriu a ratiopharm e a Cephalon/Mepha. No ano passado vendeu mais de 100 milhões de euros em medicamentos genéricos no país, tendo uma quota de 20% em unidades.

(notícia actualizada às 15:47 com declarações da Teva Portugal)
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