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Estado vende Efacec à alemã Mutares

A alemã Mutares é a nova dona da Efacec. A proposta da gestora de fundos foi a escolhida para ficar com os 71,73% do capital da empresa na posse do Estado. Governo espera recuperar investimento de mais de 200 milhões.

Pedro Catarino
07 de Junho de 2023 às 15:12
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A alemã Mutares ganhou a corrida à reprivatização da Efacec, e ficará com os 71,73% do capital da empresa detidos pelo Estado, anunciou esta quarta-feira o ministro da Economia e do Mar depois de um conselho de ministros realizado por via eletrónica.

Costa Silva diz que "há a expetativa de recuperar todo o investimento" feito pelo Estado na empresa, que consiste numa ajuda direta de 132 milhões de euros, valor ao qual acrescem 85 milhões de euros em garantias.

"A proposta foi meticulosamente analisada", disse António Costa Silva. O governante disse que houve três fatores principais que levaram o Governo a escolher a proposta alemã: "Assegura a continuação da Efacec, a preservação da força de trabalho e minimiza os encargos para o Estado, que poderá recuperar grande parte, senão a totalidade do investimento que fez na empresa", afirmou.

O Governo escolheu a proposta da Mutares "porque traz um aporte financeiro importante à Efacec sem exigir garantias sobre ativos da empresa", disse, acrescentando que "o que seduziu foi sobretudo o projeto industrial e tecnológico. Eles estudaram profundamente a empresa e querem apostar na empresa em mercados alvo de grande valor acrescentado: a Alemanha e os Estados Unidos da América". 

Costa Silva confirmou que a Mutares vai capitalizar a Efacec, mas não revelou o valor da operação.

Contrato assinado nas próximas duas semanas

O ministro sublinhou que "este não é o passo final no processo". 

"A conclusão do negócio deverá ocorrer nos próximos dois meses", acrescentou, e está ainda sujeita "a condições precedentes". Mas isso não impede a assinatura do contrato, que deverá acontecer dentro de "uma ou duas semanas", esclareceu o secretário de Estado das Finanças João Nuno Mendes, também presente na conferência de imprensa.

Costa Silva destacou que "as regras europeias sobre ajudas estatais são muito claras e temos de passar o chamado teste de operador de mercados, o que significa colocar o projeto apresentado para a Efacec nas condições do mercado".

Terá anda de haver, sublinhou uma "negociação com os credores financeiros da Efacec", sendo que "alguns já deram sinais de querer participar no esforço".

João Nuno Mendes acrescentou que "há um plano de restuturação financeira que está pendente, mas o projeto está bem encaminhado na Comissão Europeia". 

Além dos alemães, mais dois fundos, a Oxy Capital e a Oaktree, e um agrupamento industrial formado pela Visabeira e a Sodecia, estavam na corrida à aquisição da participação do Estado.

Chega assim ao final um processo que remonta ao verão de 2020, quando o executivo nacionalizou os 71,73% do capital da empresa que eram detidos por Isabel dos Santos. A decisão aconteceu na sequência do envolvimento da empresária angolana no escândalo Luanda Leaks.

Desde que foi nacionalizada, a Efacec acumulou prejuízos de 310 milhões de euros.

A Mutares é uma holding industrial alemã cotada na bolsa de Frankfurt. A 1 de junho tinha uma capitalização bolsista de 492 milhões de euros.

Os outros acionistas da Efacec são o Grupo José de Mello com 14% e a Têxtil Manuel Gonçalves que detém 14,27%.
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