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Empresários portugueses voltam a Milão para feira de têxteis
A cidade italiana, que esteve na origem dos primeiros surtos de covid-19 em Portugal, acolhe uma das primeiras feiras profissionais em tempo de pandemia, com uma comitiva de nove empresas nacionais.
Quase uma dezena de empresas portuguesas rumaram ao Norte de Itália para participar na Milano Unica, uma das primeiras feiras profissionais do setor têxtil desde o início da pandemia, que arrancou esta terça-feira, 8 de setembro.
Durante dois dias, a comitiva "From Portugal" formada pela Albano Morgado, Lemar, Modelmalhas, Penteadora, Paulo de Oliveira, RDD, Riopele, Somelos e Tessimax vai estar presente no espaço de exposição da Fiera Milano para apresentar a nova coleção e as inovações aos visitantes.
Esta feira de tecidos na capital da moda italiana marca o regresso dos empresários portugueses a uma das regiões mais afetadas pelo novo coronavírus na fase inicial da pandemia e de onde terão sido importados, na sequência da participação na feira de calçado Micam, os primeiros casos de infeção registados em Portugal.
"Não hesitámos em nos inscrever em qualquer uma das feiras internacionais. Esperamos um fluxo menor de visitantes, mas acreditamos que os visitantes serão profissionais que seriamente pretendem trabalhar, construir as suas coleções e fazer negócio num contexto físico", frisa Dolores Gouveia, porta-voz da barcelense RDD, do grupo Valérius.
Citados numa nota divulgada pela Selectiva Moda, associação liderada por Manuel Serrão que apoia a participação das PME portuguesas nestas ações de internacionalização, os comerciais que já estiveram nos últimos dias na Munich Fabric Days (Alemanha), como John Gomes, da Modelmalhas, sentem que "as pessoas querem voltar à normalidade, tocar no produto e conversar cara-a-cara".
No primeiro semestre, as exportações portuguesas da indústria têxtil e de vestuário caíram cerca de 17%, para 2,2 mil milhões de euros. Segundo os dados do INE, compilados por uma das associações do setor (ATP), as vendas de tecidos, que valem 11% do total comercializado no exterior, quebraram a um ritmo superior (-20%), com destaque para as categorias dos tecidos especiais e em lã.