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Corticeira Amorim estima queda do negócio inferior a 10% este ano

A Corticeira Amorim estima uma queda do negócio este ano inferior a 10%, apesar do impacto da pandemia da covid-19 em alguns segmentos do setor de bebidas, para o qual a empresa vende rolhas, de acordo com o presidente executivo.

Jorge Miguel Gonçalves
08 de Junho de 2020 às 20:40
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Durante um 'webinar' do ISCTE Executive Education, António Rios Amorim referiu que no final de abril o grupo tinha registado uma queda de perto de 1% de atividade, face a 2019, sendo que "no final de maio terá sido mais negativo, mas sempre em 'single digits' (abaixo de 10%)", referiu.

O líder da Corticeira reconheceu que o setor de vinhos foi muito afetado pela crise, nomeadamente o canal HoReCa (hotéis, restaurantes e cafés), que pesa "27% das vendas" a nível mundial, referiu, assegurando que "esteve a zero" desde que começou o confinamento.

Por outro lado, a venda de vinhos nos supermercados aumentou, mas o segmento dos espumantes "foi o mais afetado", tendo em conta que "não há celebrações, casamentos, batizados", entre outros eventos, lembrou.

"Estimamos que, em 130 milhões de euros de vendas para os espumantes, por parte da corticeira, vamos ter uma queda de 15% a 20%", indicou o empresário.

António Rios Amorim acredita que o setor vai arrancar em breve, até porque em poucos meses será altura de nova vindima e o 'stock' de vinho acumulado terá de ser escoado.

O presidente da corticeira lembrou que a empresa já passou por vários períodos difíceis, nomeadamente depois da Perestroika, que levou à abertura do mercado da antiga União Soviética, que era até aí muito importante para o grupo.

Depois disso, entre 2000 e 2009, o crescimento dos vedantes de plástico veio ameaçar as rolhas, mas estes produtos, menos sustentáveis, acabaram por perder importância nos últimos anos.

"Esta guerra ainda não acabou, a concorrência despertou uma necessidade de produtos novos", referiu, indicando a necessidade de um aumento de eficiência e tecnologia, para melhorar o desempenho das unidades e acelerar o crescimento de sobreiros.

Ainda que otimista, António Rios Amorim lamentou que o sucesso seja "diabolizado em Portugal".

"Se o sucesso existir temos aqui uma bateria de coisas a penalizar" esse desempenho, referiu.

O lucro da Corticeira Amorim aumentou 6,8% para 19,9 milhões de euros no primeiro trimestre em termos homólogos, tendo as vendas subido 0,7%, para 203,7 milhões, ainda imunes à pandemia, divulgou a empresa, no dia 14 de maio.

"Até final de março não se registou impacto material [da pandemia] no volume de negócios e, apesar de atualmente se manter uma atividade industrial quase em pleno, as expectativas para abril, maio e junho são de redução", referiu o grupo num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) naquela data.

Admitindo que, "neste momento, o impacto dos efeitos diretos e indiretos da covid-19 é de difícil mensuração, estando largamente dependente da extensão da sua disseminação e dos seus efeitos sobre a economia global", a Corticeira Amorim disse que "prestará especial atenção à questão das cobranças de clientes", mas ressalvou que, "num universo de quase 30.000 clientes em todo o globo, o risco está significativamente repartido".
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