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Altri vai voltar a subir preço da pasta de papel em fevereiro
A papeleira portuguesa vai acompanhar a decisão da brasileira Suzano de aumentar o preço da pasta de papel em 80 dólares no próximo mês na Europa e Estados Unidos.
A Suzano, a maior produtora mundial de pasta branqueada de eucalipto (BEKP), anunciou ao mercado uma nova subida dos preços em fevereiro, decisão que a portuguesa Altri vai acompanhar, disse fonte oficial da empresa ao Negócios.
A Suzano comunicou aos seus clientes um novo aumento de preço de 80 dólares por tonelada nas vendas do próximo mês, o que fixa a sua tabela para a Europa e América do Norte em 1.220 dólares e 1.410 dólares por tonelada, respetivamente.
A empresa não anunciou qualquer novo aumento de preços para os clientes na China em fevereiro, mas em dezembro tinha já avançado com uma subida de 10 dólares por tonelada no país para as vendas em janeiro.
Na Europa e na América do Norte, a Suzano avançou também com um aumento de 80 dólares por tonelada no mês passado, colocando os preços da tabela de janeiro para essas regiões em 1.140 dólares e 1.330 dólares por tonelada, respetivamente.
Os analistas do CaixaBank BPI consideram que o aumento na Europa para 1.220 dólares por tonelada "parece ser uma tentativa da Suzano de pressionar a aplicação do aumento de preços de janeiro".
Num comentário à decisão desta quarta-feira, afirmam que "a procura tem vindo a recuperar na Europa, em particular devido à recuperação do papel UWF (para impressão e escrita), o que poderá suportar os preços da pasta a curto prazo".
No entanto, salientam que algumas fontes da indústria têm referido um arrefecimento da procura na China e lembram que existe uma nova produção relevante de pasta a entrar no mercado em 2024 - estimam que cerca de 3 milhões de toneladas de pasta serão adicionadas ao mercado este ano, excluindo a reativação de capacidades temporariamente paradas de produtores integrados de pasta e papel na China.
Para os analistas do Caixa Bank BPI, esta situação "deverá conduzir a um desarmazenamento na indústria em geral e a uma certa recuperação das exportações da América Latina para a Europa, o que deverá evitar que os preços europeus da pasta subam muito mais em relação aos níveis atuais".
"Esperamos que o preço da pasta na Europa atinja um máximo de 1.103 dólares por tonelada antes de iniciar uma correção até agosto, atingindo uma média anual de 1.020 dólares por tonelada", concluem.