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Quedas na procura atingem 97,4% das imobiliárias

As quebras na procura no último mês afetam 97,4% das imobiliárias portuguesas. A pandemia da covid-19 está a penalizar bastante o setor.

Sérgio Lemos
27 de Março de 2020 às 18:59
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As quebras na procura no último mês afetam 97,4% das imobiliárias portuguesas, segundo resultados de um inquérito realizado pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), hoje divulgado.

Esta queda deve-se ao impacto da pandemia de covid-19 na atividade, que está "praticamente parada", de acordo com o presidente da associação, Luís Lima, citado num comunicado.

"Os resultados deste inquérito são bastante reveladores da realidade que as empresas estão a atravessar. 97,4% das empresas declararam ter registado uma quebra da procura no último mês. 78,1% afirmaram que os seus clientes desistiram dos negócios que tinham em curso e 20,5% destes chegaram mesmo a desistir da compra após a celebração do Contrato de Promessa de Compra e Venda (CPCV)", detalhou a APEMIP, na mesma nota.

Luís Lima alertou para que "a grande maioria das empresas suspendeu a sua atividade, indo ao encontro da regulamentação e aplicação do estado de emergência decretado", referindo que "este é um negócio que só se realiza com pessoas e com visitas" e que "ninguém compra uma casa vendo só as suas fotografias e vídeos na internet", o que também complica o recurso ao teletrabalho.

O inquérito da associação mostra ainda que "47,4% das empresas referiu pretender recorrer à linha de crédito de 200 milhões de euros", mas o presidente da associação "teme que a grande maioria não consiga aceder".

"Todos os dias nos chegam relatos de empresas a quem foi recusado o recurso a esta linha por não reunirem os requisitos ou por terem dificuldade em atestá-los", destacou Luís Lima.

"É difícil manter o otimismo quando ouvimos o desespero dos empresários, que não sabem que caminhos tomar, e é difícil aconselhá-los quando a incerteza sobre o dia de amanhã é constante", afirmou o dirigente associativo.

O inquérito da APEMIP aponta também para que 76,4% das empresas já tenham suspendido parcialmente a sua atividade, sendo que para 8,1% a suspensão foi total.

Em média, foram afetados seis colaboradores por empresa destas suspensões.

Quanto aos regimes de moratórias, para famílias e empresas, Luís Lima referiu que "o seu nível de abrangência não é total, não podendo ser acedido por todas as pessoas/empresas ou requerido a determinados créditos, como os pessoais", e que "são exigidas determinadas condições, como a situação de desemprego ou de 'lay-off' [suspensão temporária do contrato de trabalho]".

Este inquérito foi realizado 'online' nos dias 24 e 25 de março e contou com respostas de 4.000 empresas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil.

Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).
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