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Preço de imóveis comerciais com menor subida desde 2014 no ano passado

O preço de lojas e escritórios cresceu no ano passado menos do que 2019. O mesmo aconteceu com as casas que, ainda assim, valorizaram 8,4% ao longo do ano. No futuro, os preços são incertos à medida que os espaços de escritório devem vagar com o crescimento do teletrabalho.

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Maio de 2021 às 12:20
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O índice que dá conta das variações no preço dos imóveis comerciais, o IPPCom cresceu 1,7% em 2020. A variação é menor do que em 2019 por 0,2 pontos percentuais e é a mais contida desde 2014.

É o segundo ano consecutivo em que o crescimento do preço de imóveis para escritórios e armazéns desacelera, embora menos do que em 2019. Em 2018 os preços cresciam 4,9%, em 2019 a variação era de 1,9%.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que compila o IPPCom, o índice "utiliza informação administrativa fiscal do imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) e do imposto municipal sobre imóveis (IMI)" e tem como  referência valores de 2015.

A flutuação de preços de imóveis comerciais foi também inferior à dos imóveis residenciais, que registaram para o mesmo período uma alteração de preço de 8,4%, segundo o HPI (o índice compilado pelo INE e que diz respeito à variação dos preços para imóveis residenciais).

Também no que diz respeito ao valor das residências, regista-se em 2020 uma desaceleração face ao ano de 2019, em que os preços cresciam 9,6%. O ano de maior valorização foi mesmo 2018, quando o preço das habitações avançou, em média, 10,3%.

Teletrabalho leva empresas a cortar nos escritórios

Um relatório deste ano elaborado pela McKinsey dá conta de uma deslocalização das empresas para fora das grandes cidades. Face ao teletrabalho, que parece ter vindo para ficar para uma percentagem cada vez maior de trabalhadores, os espaços de escritórios arrendados têm vindo a reduzir desde que a pandemia começou.

A consultora acredita que haja um aumento de 36% do tempo de trabalho passado fora dos escritórios e que "isso significa que as empresas vão precisar de menos espaço de escritórios" com algumas a planear já essa redução.

Uma sondagem da Moody’s citado no relatório da McKinsey prevê que 19,4% dos espaços de escritório estejam vagos em 2021, e que o valor aumente para 20,2% em 2022, nos Estados Unidos.

Sondados 248 COO de empresas americanas, o mesmo levantamento conclui que "um terço planeia reduzir o espaço de escritório nos próximos anos à medida que os arrendamentos expiram". Um exemplo é o que se passa com a REI (uma empresa americana de venda de equipamento despotivo), que pretende vender a sua nova cede recém-construída em Bellevue, no estado de Washington, ainda antes de a estrear. 

As alterações na procura deste tipo de imóveis devem afetar o seu preço, mas também a actividade de restaurantes e negócios circundantes que habitualmente servem a população flutuante que ali passa o dia a trabalhar.

Em Portugal, no entanto, a escassez de oferta de espaços para escritórios leva a que os preços não sejam tão penalizados.

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