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Lucros da Sonae Sierra caem 8% no primeiro semestre

A participada da Sonae que gere centros comerciais fechou os primeiros seis meses deste exercício com lucros de 58,9 milhões de euros, menos 5,3 milhões do que no mesmo período do ano passado. Um decréscimo que se deveu sobretudo à quebra de 24% no resultado indirecto.

09 de Agosto de 2018 às 16:51
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O resultado indirecto da Sonae Sierra caiu 24% no primeiro semestre deste exercício face há um ano, para 25,9 milhões de euros, reflectindo, sobretudo, a menor criação de valor nas propriedades de investimento.

 

A performance deste indicador financeiro impactou negativamente no resultado líquido da participada da Sonae que gere activos imobiliários comerciais, que fechou os primeiros seis meses de 2018 com lucros 64,2 milhões de euros, menos 8% do que no mesmo período do ano passado.

 

Já o resultado directo aumentou 9%, para os 33 milhões de euros, reflexo de melhores resultados financeiros e, essencialmente, do maior EBIT, que cresceu 3,7% para 51,8 milhões de euros, "fruto do crescimento do volume de negócios e margens de actividade de prestação de serviços", explica a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta quinta-feira, 9 de Agosto. 

 

Os proveitos directos dos investimentos diminuíram 3%, para 68,3 milhões de euros, a um ritmo inferior aos dos custos, que baixaram 8% para 25,5 milhões de euros, o que resultou num aumento dos ganhos antes de juros e impostos.

 

Os custos financeiros líquidos melhoraram em 8%, caindo para 10,7 milhões de euros, provocando uma melhoria em 7% do resultado directo antes de impostos para 41,2 milhões de euros.

 

A empresa liderada por Fernando Guedes de Oliveira salienta que "o desempenho positivo das propriedades de investimento na Europa foi absorvido pelo efeito das alienações concretizadas em 2017".

 

Rendas e vendas dos lojistas crescem

Para o CEO da Sonae Sierra, "o desempenho operacional dos centros comerciais melhorou no primeiro semestre de 2018, com as vendas dos lojistas e as rendas a aumentar em todo o portefólio, ao mesmo tempo garantindo uma taxa de ocupação elevada e estável em todas as geografias. Adicionalmente, aumentámos o número de projectos em desenvolvimento e assinámos 200 novos contratos de prestação de serviços", enfatizou o mesmo gestor.

 

O desempenho operacional dos centros comerciais da Sonae Sierra continuaram a melhor no primeiro semestre de 2018, com as vendas dos lojistas a crescerem 2,5%, excluindo a variação cambial - em Portugal subiram 2,1%, abaixo da média de 3% registada no portefólio europeu da empresa, enquanto no Brasil as vendas dos lojistas, em reais, aumentaram apenas 1,3%.

 

Relativamente às rendas dos "shoppings" geridos pela Sonae Sierra, verificou-se um crescimento global de 1,6%, "aumentando 1,3% na Europa e 2,8% no Brasil (em reais), acima da taxa de inflação média naquele período, em Portugal e no Brasil", sublinha a empresa.

 

Meia-dúzia de "shoppings" em desenvolvimento

Seguindo a sua estratégia de reciclagem de capital, relativamente a aquisições, a Sonae Sierra lembra que, no primeiro semestre deste ano, a ORES Socimi, o veículo de investimento imobiliário criado em parceria com o Bankinter em Espanha, adquiriu diversas propriedades em Espanha e em Portugal, num investimento de cerca de 115 milhões de euros durante este período.

 

Dá ainda conta da aquisição pelo Sierra Fund do hipermercado no Valle Real Shopping Centre, em Espanha.

 

Por outro lado, o Sierra Portugal Fund vendeu a sua participação no SerraShopping a uma nova "joint-venture" (5%/95%) entre a Sonae Sierra e a Armórica Portugal.

 

A Sonae Sierra tem neste momento meia dúzia de projectos em desenvolvimento - o Jardín Plaza Cúcuta (Colômbia), o novo Emilia District em Parma (Itália), o McArthurGlen Designer Outlet Málaga (Espanha), o Centro Comercial Zenata (Marrocos), e as expansões do NorteShopping e do Centro Colombo (Portugal). 

Activo aumentou, NAV baixou

 

No primeiro semestre deste ano, o activo da Sonae Serra aumentou 31 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado, para 2.427 milhões de euros.

 

À data de 30 de Junho passado, o NAV ("net asset value", valor líquido dos activos) da Sonae Sierra fixava-se em 1.412 milhões de euros, menos 1,4% do que há um ano.

 

O comunicado da empresa não faz qualquer referência às negociações entre a Sonae Sierra Brasil e a brasileira Aliansce com vista a uma fusão no mercado brasileiro. A 4 de Julho passado, as duas empresas emitiram comunicados a confirmar que "iniciaram discussões para uma potencial combinação de seus negócios".

Entretanto, a 14 de Julho, a Sonae SGPS anunciou que reforçou a posição na Sonae Sierra para 70% depois de comprar à Grosvenor uma participação de 20% por 255 milhões de euros.

 

Fica assim desfeita a parceria 50/50 que foi fechada em 2005, ano em que a Sonae tinha vendido 17% da Sonae Sierra à Grovesnor, ficando desde então a dividir o capital da empresa com a companhia britânica.

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