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Imobiliárias defendem visitas com marcação prévia para evitar "tragédia" no setor

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) considera "uma tragédia" o impedimento ao funcionamento do setor durante o novo confinamento, defendendo a possibilidade de realização de visitas por marcação prévia.

Sérgio Lemos
18 de Janeiro de 2021 às 11:26
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"Não há nenhum motivo para não permitir que as empresas de mediação imobiliária continuem a fazer o seu trabalho. Podemos ter a porta fechada e funcionar com marcação, garantindo, como temos feito até agora, o cumprimento de todas as regras de higiene e segurança", sustenta o presidente da APEMIP citado num comunicado divulgado hoje pela associação.

Assegurando que "o setor está absolutamente solidário com as ações do Governo para tentar travar a pandemia" e "compreende a necessidade de um novo confinamento", Luís Lima defende, contudo, que "o acesso à habitação é também essencial aos cidadãos e à sobrevivência do imobiliário", apelando ao executivo que faça uma "revisão das exceções existentes para o enquadramento das atividades imobiliárias".

"O teletrabalho não resolve o nosso problema e não temos ao nosso dispor alternativas como o 'takeaway'. No imobiliário, o negócio é realizado com pessoas e implica visitas a imóveis. Os meios digitais não são suficientes para ultrapassar este obstáculo, pois ninguém compra uma casa sem a visitar presencialmente", salienta.

Para Luís Lima, não se compreende "a diferença de tratamento entre setores": "Como é que comprar um automóvel pode ser considerado mais essencial que a compra ou arrendamento de uma casa? Não é uma questão de uns serem mais ou menos importantes que outros, mas sim de justiça", sustenta.

Assegurando que o setor "tem estado sempre do lado da solução, nomeadamente por via do apoio e promoção dos programas de habitação acessível promovidos pelo poder central e autarquias", a APEMIP defende que "o imobiliário não pode continuar a ser o parente pobre da economia, sobretudo quando tem a relevância a que todos assistiram na anterior crise", em que foi o "setor que alavancou a recuperação económica".

"Não faz sentido que os peritos avaliadores continuem a fazer avaliações, que os bancos continuem a fazer créditos, que os notários continuem a fazer escrituras, que os proprietários possam a título particular vender casas, que os construtores continuem a laborar e até a vender... estão a construir para quem, se a grande força de vendas está parada?", questiona.

Luís Lima alerta ainda para os "perigos" de deixar as imobiliárias de fora da lista de atividades permitidas durante o confinamento, avisando que "é um verdadeiro convite à mediação ilegal e à celebração de negócios em paralelo" e que "a acumulação de 'stock' no mercado imobiliário poderá resultar numa desvalorização forçada dos ativos".

Assumindo-se "preocupado com a sobrevivência das empresas do setor", Luís Lima considera que este novo confinamento "tem um impacto pior que o primeiro": "Se no primeiro confinamento as empresas conseguiram revelar alguma resiliência e ultrapassar o momento, desta vez será muito difícil as imobiliárias conseguirem sobreviver, uma vez que o fundo de maneio existente foi-se esgotando ao longo do ano", afirma.

"Por outro lado -- acrescenta - também as incertezas e instabilidade laboral começam a afetar as famílias que preferem adiar decisões tão importantes como a compra de casa, o que tem vindo a resultar num decréscimo da procura que se começou a notar já desde setembro, e deverá acentuar com este novo confinamento".

Neste contexto, a APEMIP apela ao Governo para que proceda a uma "revisão das exceções existentes para o enquadramento das atividades imobiliárias, recordando que o setor "foi e será uma das principais forças motrizes para a dinamização económica do país" e que a sua paralisação "poderá trazer consequências terríveis para o setor, para a economia e para o emprego".
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