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Conheça os oito imóveis históricos que Salgado libertou para construção de luxo

São oito imóveis, actualmente afectos a fins de utilidade pública, mas que em breve deverão deixar de ter essa limitação, podendo passar a ser usados para habitação, empreendimentos turísticos ou comércio e serviços. O processo está em curso na Câmara de Lisboa, por iniciativa do vereador Manuel Salgado e falta-lhe apenas a confirmação pela Assembleia Municipal. A mudança fará disparar o valor dos prédios, que são na sua maioria de privados.

CTT - Rua de São José, 10 e 12-20

CTT - Rua de São José, 10 e 12-20
Trata-se de um conjunto de edifícios que inclui o Palácio das Pedrosas, de 1764 e um extenso jardim privativo. O conjunto está classificado como Imóvel de Interesse Público. Foi sede dos CTT - Correios de Portugal desde o início dos anos 90. Em 2014 esta empresa foi privatizada e o conjunto de edifícios foi vendido a privados em 2016 por 25 milhões de euros, segundo informações dos CTT. No início deste ano, o Expresso noticiou que o novo proprietário do imóvel era o empresário Tomaz Metello, proprietário e único accionista da transportadora Euroatlantic Airways. A Direcção Municipal de Urbanismo considera que deverá ter uso de área histórica habitacional.

Fundação Oriente - Rua do Salitre, 62-64 e 66-68

Fundação Oriente - Rua do Salitre, 62-64 e 66-68
A poucos minutos da Avenida da Liberdade, este imóvel é constituído por dois palacetes de traça barroca e um vasto jardim com quase três mil metros quadrados. Foi sede da Fundação Oriente, que o adquiriu em 1989 ao Estado português e aí se manteve até 2012, data em que sede e serviços foram transferidos para Alcântara. Foi então alienado a privados, tendo sido avaliado na altura em cerca de 12 milhões de euros.Encontra-se devoluto desde a saída da Fundação Oriente. De acordo com o parecer da Direcção Municipal de Urbanismo, deverá passar a ter uma utilização de área Mista, o que inclui habitação e terciário (escritórios, comércio).

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses - Rua Camilo Castelo Branco, 33-35

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses - Rua Camilo Castelo Branco, 33-35
Este imóvel é sede da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Lisbonenses desde 1920. Os Bombeiros aguardam agora a transferência para o Bairro do Rego, onde têm um espaço para a construção de uma nova sede. Os Bombeiros têm insistido junto da câmara para que o imóvel seja desafectado dos fins de utilidade pública para depois avançarem com a respectiva alienação. A ideia é, desta forma, poder financiar-se e avançar com a construção do novo imóvel, no Rego. A avaliação feita pela Direcção Municipal de Urbanismo aponta no sentido de o imóvel passar a estar afecto ao uso habitacional.

Instituto de Conservação da Natureza e Florestas - Rua de Santa Marta, 55

Instituto de Conservação da Natureza e Florestas - Rua de Santa Marta, 55
Na Rua de Santa Marta, quase no cruzamento com a Avenida Alexandre Herculano, fica a antiga sede do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Esta entidade saiu de lá há alguns anos e o imóvel esteve arrendado aos CTT, que entretanto mudaram aquela loja para um outro prédio um quarteirão acima. O imóvel está desocupado desde pelo menos o ano passado e recentemente entrou em obras. Pertence à Estamo que estará ainda a estudar que uso pretende dar-lhe. O uso de solo a afectar a este imóvel, entende a Direcção Municipal do Urbanismo da Câmara de Lisboa, é de área terciária, ou seja, comércio, serviços ou empreendimentos turísticos. 

Regimento de Sapadores Bombeiros - Praça da Alegria, 27-20

Regimento de Sapadores Bombeiros - Praça da Alegria, 27-20
Este imóvel esteve durante anos ocupado pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Ajuda, que entretanto transferiu as suas instalações. Passou para lá o Regimento de Sapadores Bombeiros que irá para o novo quartel no Martim Moniz.  O edifício é municipal e fica em plena Praça da Alegria, a dois passos da Avenida da Liberdade e que, depois de anos ao abandono e com inúmeros prédios devolutos, está agora em plena  revitalização. Há vários prédios a ser reabilitados, pelo menos dois para hotéis. Segundo a avaliação da Direcção Municipal do Urbanismo, o uso do solo deverá ser de Área Histórica Habitacional. 

Autoridade Nacional de Protecção Civil - Rua Câmara Pestana, 41-45

Autoridade Nacional de Protecção Civil - Rua Câmara Pestana, 41-45
No cimo da Colina de Santana, junto ao elevador do Lavra e com vista sobre a cidade, fica um antigo palacete que esteve durante mais de sete décadas afecto à Autoridade Nacional de Protecção Civil. Inclui três edifícios um deles conhecido como a "Casa do Lavra". Está devoluto há vários anos, desde que a ANPC mudou todos os seus serviços para Carnaxide. Segundo a apreciação feita pelos serviços da Direcção Municipal de Urbanismo, o imóvel deverá assumir a reclassificação de uso de solo de Área histórica habitacional. Isso quer dizer que, além de ser reconvertido para moradias, poderá também ser usado para hotelaria.

Cinema Olympia - Rua dos Condes, 9-13 e 15-27

Cinema Olympia - Rua dos Condes, 9-13 e 15-27
O antigo cinema, inaugurado com pompa em 1911, tinha além de exibições animatográficas, salões para concertos e um restaurante. Entrou em declínio após o 25 de Abril, quando passou a exibir apenas filmes pornográficos, e fechou em definitivo no início deste século. Em 2008 foi adquirido por Filipe La Féria, o encenador que explora o Teatro Politeama, mesmo ao lado. La Féria pretendia recuperar o espaço e reabilitá-lo para as artes, mas as obras nunca se iniciaram. A fachada do Olímpia está agora escondida por placards que anunciam os espectáculos de La Feria. A Câmara entende que deve ter uso terciário, para comércio, serviços ou empreendimentos turísticos.

EPAL - Avenida da Liberdade, 14-26

EPAL - Avenida da Liberdade, 14-26
Este é um dos maiores edifícios do lote de oito que a Câmara de Lisboa pretende desafectar dos fins de utilidade pública. É um edifício histórico e foi ali o primeiro Solar dos Andradas, do século XVI, e depois o Palácio Ericeira. Sofreu graves danos com o terramoto e só acabaria por ser reconstruído, tal como hoje o conhecemos, em 1870. É também conhecido como Palácio da Anunciada, pela localização no largo que lhe dá o nome, perpendicular à Avenida da Liberdade. É conhecido agora como sede da Epal, que, no entanto, está de saída para novas instalações nos Olivais. A Câmara entende que deve ficar como área terciária, para comércio, serviços e empreendimentos turísticos.
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