Notícia
Bolsas de valores transformadas em hotéis de luxo
As bolsas de valores já não são o que costumavam ser. Podemos dizer isso ao olhar para o mercado mais poderoso do mundo, em Wall Street, Nova Iorque.
No início do século, a Bolsa de Nova Iorque empregava cerca de cinco mil traders para executarem todos as ordens de compra e venda. Hoje, os únicos profissionais de finanças que trabalham naquele espaço considerado um símbolo desempenham funções extra como figurantes em cerimónias de abertura e programação na estação televisiva CNBC, que aluga parte do local.
Na realidade, a maior parte das transações da NYSE, de longe a maior bolsa do mundo em valor de mercado, ocorre no seu centro de dados, do outro lado do Rio Hudson, em Mahwah, Nova Jérsia. Os centros de dados de Nova Jérsia acolhem a maioria das atividades de negociação de ações dos EUA atualmente.
"Os espaços físicos são apenas estúdios de televisão, pois quase todas as negociações acontecem em data centers", diz Brad Katsuyama, CEO da The Investors Exchange (IEX), que processa negociações no centro de dados CenturyLink em Weehawken, Nova Jérsia.
Nova Iorque não é a única cidade a desativar a negociação de viva voz; cidades como Manchester, Paris e Vancouver também o fizeram. Depois de a tecnológica Nasdaq ter sido a pioneira no comércio eletrónico na década de 1970, a "gritaria" típica da maioria das bolsas deu lugar ao comércio eletrónico ultrarrápido, deixando os profissionais confiarem em cabos e velocidade, em vez de gritarem dentro de edifícios neoclássicos ou eduardianos.
Hoteleiros e imobiliárias de todo o mundo começaram a usar esses obstáculos de arquitetura para atrair as massas a novos hotéis, museus e academias. Os proprietários não estão apenas a acrescentar uma joia da coroa ao seu portefólio, mas a esperar também bons retornos depois dos problemas a modernizar as estruturas históricas, que normalmente vêm com sistemas de canalização e aquecimento antigos.
"De uma perspectiva de investimento, a introdução de um novo uso na bolsa é uma jogada ousada, mas sábia", diz Winston Zahra, presidente da GG Hospitality, que abriu o Stock Exchange Hotel este mês em Manchester, Reino Unido.
"Troféu? Eu odeio o termo, mas a realidade é que esses edifícios são vistos como parte do legado de uma cidade. Há uma sensação de orgulho", acrescenta. A penthouse tem um cofre de banco. Barras de ouro servem como parte da decoração, e o espírito dos traders do passado surge em fotografias em tons de sépia ao longo das paredes.
(Texto original: Old Stock Exchange Buildings Are Being Turned Into Swanky Hotels)