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BCE alerta para risco de correções em alguns mercados imobiliários da Zona Euro

Os problemas em alguns mercados imobiliários residenciais aumentaram, especialmente em países onde as avaliações já eram elevadas antes da pandemia. O BCE recomenda políticas macroeconómicas que previnam e atenuem os riscos nos mercados imobiliários destes países.

Portugal está entre os países da União Europeia onde se verifica maior disparidade entre o aumento dos preços das casas e a evolução dos salários.
Sérgio Lemos
17 de Novembro de 2021 às 15:12
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O Banco Central Europeu (BCE) alertou esta quarta-feira para o risco de correções nos mercados imobiliários de alguns países da Zona Euro e em alguns ativos financeiros, que estão sobrevalorizados.

No Relatório de Estabilidade Financeira de novembro de 2021, o BCE afirma que "a recuperação económica na Zona Euro reduziu os riscos a curto prazo para a estabilidade financeira relacionados com a pandemia", mas que "o risco de correções de preços em alguns mercados imobiliários e financeiros aumentou".

Os problemas em alguns mercados imobiliários residenciais aumentaram, especialmente em países onde as avaliações já eram elevadas antes da pandemia. O BCE recomenda políticas macroeconómicas que previnam e atenuem os riscos nos mercados imobiliários destes países.

Estas políticas incluem tipicamente medidas como obrigar os bancos a deter capital suficiente para reforçar a solvabilidade do sistema bancário em fases de crescimento excessivo do crédito (amortecedor de capital contracíclico) e estabelecer limites e condições para a concessão de empréstimos.

A procura dos investidores aumentou nos segmentos mais arriscados dos mercados financeiros globais, por exemplo, no das criptomoedas.

A entidade monetária também alerta para a sobrevalorização de alguns ativos, o elevado nível da dívida pública e privada e o facto de as empresas financeiras que não são bancos estarem a assumir mais riscos.

"Os riscos de taxas elevadas de insolvências de empresas e perdas bancárias são significativamente mais baixos do que há seis meses, mas os riscos da pandemia não desapareceram completamente", afirmou o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, ao apresentar o relatório numa conferência de imprensa virtual.

Os lucros das empresas da zona do euro recuperaram à medida que a economia recuperou no primeiro semestre do ano.

"Em parte devido a isto, as insolvências das empresas ficaram abaixo dos níveis pré-pandemia, embora tenham aumentado nos setores económicos mais afetados pela pandemia e possam aumentar ainda mais", afirma o relatório do BCE.

Os problemas de abastecimento e o aumento dos preços da energia poderiam criar "desafios à recuperação económica e às perspetivas de inflação", observa o relatório.

Os fundos de investimento, seguradoras e fundos de pensões aumentaram a sua exposição à dívida empresarial de baixa notação e poderão sofrer grandes perdas se as condições no setor empresarial piorarem. Os fundos de investimento estão também altamente expostos ao risco de liquidez.

As avaliações de mercado dos bancos da Zona Euro regressaram aos níveis pré-pandemia. As perdas bancárias têm sido baixas, embora ainda possam ocorrer algumas relacionadas com a pandemia.
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