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Banqueiros centrais preocupados com o aumento dos preços dos imóveis

Os preços do imobiliário estão a subir um pouco por todo o mundo, o que está a representar um foco de preocupação devido aos riscos de uma bolha imobiliária. Os banqueiros centrais estão preocupados com a falta de ação por parte dos países.

EPA
01 de Outubro de 2019 às 15:12
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Os países precisam de implementar medidas que minimizem os riscos do mercado imobiliário, defendem vários responsáveis dos bancos centrais, numa altura em que os preços das casas estão a subir. Há vários alertas, entre os quais o facto de, em muitas cidades europeias, o mercado imobiliário estar num patamar semelhante ao do pico pré-crise.

O Comité Europeu do Risco Sistémico avaliou os riscos do mercado imobiliário residencial dos países da União Europeia, Islândia e Noruega, tendo publicado as suas conclusões na semana passada. Há cinco países em risco elevado, tendo sido emitidos alertas a estes. Outros seis países foram alvo de recomendações. No caso de Portugal o relatório conclui que o país está entre os mercados de risco médio, mas as recomendações que o Banco de Portugal fez e que estão a ser implementadas pela banca são consideradas suficientes "para mitigar os riscos identificados".

 

Estes dados foram conhecidos na semana passada, tendo entretanto vários responsáveis falado sobre o assunto, expressando preocupações com a falta de medidas e os riscos que este mercado representa.

 

"Queremos que as pessoas percebam que estamos novamente nos picos pré-crise nos mercados imobiliários em muitos países – cerca de metade estão na Europa", salientou ao Financial Times Francesco Mazzaferro, do Comité Europeu do Risco Sistémico. O responsável sublinhou que "esta é uma questão política", sendo que o contexto atual "afeta a população mais jovem e os casais recém-casados que não têm dinheiro suficiente para pagar uma entrada".

 

O governador do banco central holandês, Klaas Knot, realçou que os políticos têm mostrado relutância em tomar medidas no mercado imobiliário. O responsável destacou que a Holanda tem atualmente o nível de crédito hipotecário mais elevado na Zona Euro, o que poderá ser um problema. "O ciclo político não está sincronizado com o ciclo económico e os políticos nunca vão resolver um problema que não têm, por isso só se vão focar nele quando virem o problema… e apenas quando for tarde demais", salientou, citado pelo FT.

 

Esta perspetiva é partilhada pela vice-governadora do banco central da Finlândia, Marja Nykänen, que diz que "há um atraso inerente no processo", acrescentou. "Os dados que estamos a usar para produzir análises são sempre dados históricos… e o processo leva tempo até que origine uma decisão e depois são precisos 12 meses para implementar por isso há o risco de ser tarde", explica Marja Nykänen.

 

Ainda esta segunda-feira, 30 de setembro, o UBS publicou um estudo em que analisou o mercado imobiliário de 24 cidades mundiais, tendo identificado um número elevado de cidades onde o risco de bolha imobiliária é uma realidade. Munique é a cidade com maior risco.  

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