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Vieira da Silva: permanência do Estado na REN "teria sido vantajosa"
Na qualidade de ministro da Economia do Executivo que governou imediatamente antes da privatização da REN, Vieira da Silva não sabe "se teria sido possível" não privatizar esta energética, mas acredita que teria sido vantajoso manter a posição que o Estado detinha na altura.
O antigo ministro da Economia sublinha que "várias das medidas que o governo teve de tomar foram decididas num quadro de emergência, num quadro de financiamento externo", pelo que a afirmação de que "as decisões eram tomadas exclusivamente pelos governos" é, do seu ponto de vista, "ligeiramente excessiva".
Apesar da certeza quanto à vantagem de manter a participação do Estado na REN, Vieira da Silva tem dúvidas se teria sido possível. O antigo ministro explicou que as opções que se tomam sobre processos de privatização são "ditadas por necessidades do momento", olhando para o caso em discussão. "A decisão teve de ser tomada", concluiu.
A REN foi privatizada em 2012. O Estado entregou 25% do capital da energética à chinesa State Grid, por 287,15 milhões de euros, ou seja 2,90 euros por título, garantindo um prémio de 40% face à cotação da véspera da apresentação das propostas. Simultaneamente, os governantes entregaram uma parcela de 15% à Oman Oil, totalizando ganhos de 592 milhões de euros com a privatização de 40% da REN.
Olhando para o papel do governo de que fez parte, nas decisões políticas que se seguiram, e tendo em conta a assinatura do memorando de entendimento que foi firmado pelos socialistas, Vieira da Silva assume a responsabilidade. "Eram aquelas opções as que considerava mais adequadas? Algumas não as subscreveria. Fiz parte do governo que as teve de subscrever? É verdade", disse.