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UE trava fuga de parceira da Galp no lítio para os EUA

A aprovação, pela União Europeia, de apoio estatal pela Alemanha à construção de uma nova fábrica da Northvolt, uma fabricante de baterias para veículos elétricos, levou a que a empresa ficasse na Europa.

DR
08 de Janeiro de 2024 às 19:37
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A Northvolt, fabricante sueca de baterias para veículos elétricos, viu esta segunda-feira a União Europeia dar "luz verde" a um apoio de quase mil milhões de euros para a construção de uma fábrica na Alemanha.

A conclusão deste processo afasta assim a empresa de estabelecer a sua nova instalação nos Estados Unidos, onde iria beneficiar do Ato de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês).

A empresa sueca é parceira da Galp num projeto, que será decidido este ano, para uma refinaria em Setúbal para produzir anualmente até 35 mil toneladas de hidróxido de lítio e que pressupõe um investimento inicial de 700 milhões de euros.

O maior acionista da Northvolt é o grupo Volkswagen, com cerca de 20% no final de 2022.

"Sem este apoio", pode ler-se no comunicado da Comissão Europeia, "a Northvolt teria estabelecido a sua fábrica nos Estados Unidos, onde apoio foi oferecido, em particular sobre o Ato de Redução da Inflação".

O apoio será feito através de uma subvenção de 700 milhões de euros do Estado alemão, juntamente com uma garantia de 202 milhões de euros. O investimento total na nova fábrica em Heide ascende aos 4,5 mil milhões de euros e prevê a criação de três mil empregos. A produção de baterias para veículos elétricos deverá iniciar-se em 2026, atingindo a capacidade máxima em 2029.

Esta foi a primeira vez que o bloco dos 27 usou a "matching aid", uma medida adotada em março do ano passado pela UE, cujo objetivo é permitir que os Estados-membros possam apoiar empresas com elevadas quantias quando há risco de que um determinado investimento possa divergir da Europa.

O programa nos Estados Unidos, explicou Margrethe Vestager, comissária para a Concorrência do bloco dos 27 "providencia vários subsídios, por isso podíamos, ou não fazer nada - e sabíamos de documentos internos da Northvolt e depois o investimento acontecia nos Estados Unidos - ou podíamos permitir que um Estado-membro desse um apoio equivalente".

O financiamento à Northvolt foi concedido com base no facto de a produção de baterias ser um aspeto fundamental para a transição ecológica e por beneficiar uma zona desfavorecida da Alemanha, explicou a Comissão.

O ministro da Economia Robert Habeck afastou preocupações de que dar às maiores economias do bloco a possibilidade de injetar milhões de euros nas suas indústrias iria fragmentar o mercado europeu. "A competição real não é tanto entre a Alemanha e Itália ou a Dinamarca e os Países Baixos ou a Hungria e a República Checa. É entre a Europa, a China e os Estados Unidos e o sistema que desenvolvemos nas últimas décadas apenas olha para o mercado interno", referiu.
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