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Tomada de gasoduto russo leva gás a máximo do ano
O gás natural atingiu os 38,78 euros por megawatt-hora com a informação de que as forças ucranianas teriam tomado a única ligação ainda existente que permite o transporte de gás russo por gasoduto para a Europa.
Os preços do gás natural na Europa dispararam para o valor mais elevado este ano face a receios em torno dos desenvolvimentos na guerra da Ucrânia. Os investidores reagiram assim a informações ainda não confirmadas oficialmente de que as tropas ucranianas terão tomado o ponto de entrada de gás na Europa, perto da cidade fronteiriça de Sudzha, na Rússia.
O contrato “benchmark” de gás subiu esta quarta-feira 5,7% para 38,78 euros por megawatt-hora, ultrapassando o anterior máximo intradiário registado no início de junho. Os “traders” têm estado em modo de alerta sobre eventuais perturbações naquela que é a única ligação que resta para o transporte de gás russo por gasoduto para a Europa.
De acordo com a Bloomberg, o blogue militar russo não oficial Rybar afirmou que as tropas ucranianas tomaram o ponto de entrada de gás perto de Sudzha. Apesar de a informação não ter sido confirmada, o operador do sistema de transporte de gás ucraniano afirmou, numa atualização diária citada pela agência financeira, que os fluxos para quinta-feira deverão situar-se dentro dos limites normais. Em causa estão as chamadas nomeações, que são uma indicação dos fornecimentos. Os envios efetivos ainda podem mudar.
A Áustria e a Eslováquia são os principais importadores dos fornecimentos do gasoduto, depois de a empresa pública russa Gazprom ter estrangulado os fornecimentos à Alemanha e a outros países da União Europeia há dois anos, nos primeiros meses da guerra na Ucrânia. Qualquer interrupção dos fluxos corre o risco de tornar a região ainda mais dependente do gás natural liquefeito (LNG).
As Forças Armadas ucranianas fizeram prisioneiro um grupo de soldados russos no mesmo distrito, na região russa de Kursk, fronteira com a Ucrânia, durante uma incursão com unidades mecanizadas. Por seu turno, o Exército russo anunciou que os combates prosseguem, levando milhares de pessoas a abandonar a zona, que tem sido palco de uma incursão de tropas ucranianas desde terça-feira, com cerca de 300 soldados e dezenas de veículos blindados.
O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou esta ofensiva ucraniana em Kursk como uma “provocação em grande escala”. “O regime de Kiev empreendeu outra provocação em grande escala e está a disparar indiscriminadamente com vários tipos de armas, incluindo mísseis, contra edifícios civis”, disse o chefe de Estado russo, citado pela agência de notícias do país TASS. Putin terá também convocado uma reunião de emergência com membros do Governo para abordar a situação em Kursk.