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Sócrates abre a porta a explicar rendas da Energia mas acusa comissão de "leviandade"
A Comissão de Inquérito às rendas excessivas já tem aberto o canal de comunicação com o ex-primeiro-ministro que faltava depor, José Sócrates. Isto, depois de o presidente da comissão ter acusado dificuldades no contacto.
O ex-primeiro-ministro português, José Sócrates, já enviou uma carta à comissão de inquérito das rendas excessivas a disponibilizar-se para receber questões sobre as decisões do seu Governo no setor da Energia, as quais terão alegadamente contribuído para criar rendas excessivas para os consumidores. A missiva contém, em grande parte do seu conteúdo, críticas à atuação da Comissão, a qual acusa de leviandade na forma como foram comunicadas as dificuldades em contactar o antigo primeiro ministro.
"Peço, então, a Vossa Excelência que esclareça a referida Comissão quanto aos meios de me notificar do que entenda, por forma a evitar-se que, por invocação do meu nome, se justifique a delonga no prosseguimento ou conclusão dos trabalhos", lê-se na missiva, que data de 16 de abril.
Antes de se assumir à espera das questões às quais é obrigado a responder por lei, Sócrates diz que as "invocadas dificuldades, de pretensos crimes e das providências policiais referidas são, não menos, uma leviandade ou um pretexto, no limite, uma vontade incontida de maldizer".
Estas acusações surgem na sequência das explicações do presidente da Comissão de Inquérito, Emídio Guerreiro, que adiantou ter solicitado o apoio à Procuradoria-Geral da República para ajudar no contacto ao ex-primeiro-ministro socialista.
José Sócrates diz-se ainda perplexo com as "dificuldades alegadas" em contactá-lo para este efeito, tendo em conta uma mensagem recente, não relacionada, que recebeu da Assembleia da República no seu e-mail. Já antes, Sócrates tinha dito numa nota à agência Lusa que recebeu recentemente por correio eletrónico o convite para participar nas cerimónias comemorativas do 25 de abril, como é habitual.