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Repsol investe 30 milhões para entrar directamente na auto-estrada dos combustíveis
A petrolífera espanhola tem agora capacidade para descarregar navios em Sines e enviar directamente gasóleo via oleoduto para a Grande Lisboa. Até agora, só a Galp conseguia fazer a ligação entre o porto de Sines e o pipeline de 147 quilómetros.
A Repsol inaugurou um investimento de 30 milhões de euros em Sines esta segunda-feira, 19 de Dezembro. A petrolífera torna-se na segunda empresa a ficar com capacidade para descarregar combustível em Sines e a colocá-lo no único oleoduto em Portugal que abastece a zona de maior consumo no país, a Grande Lisboa.
O parque de armazenagem de combustíveis da petrolífera em Sines levou dois anos a ser concluído depois da construção ter tido início em 2014. Este projecto vai ter capacidade para armazenar 100 milhões de litros de gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, e também biocombustível, e vai permitir aumentar a capacidade de armazenagem de combustíveis do país. A petrolífera espanhola destaca que este projecto vai contribuir para aumentar a segurança energética do país.
"Com este projecto conseguimos aumentar as reservas, e conseguimos estar numa disposição diferente e melhor para conseguir ligar as rotas de abastecimento de combustível ao maior centro de consumo em portugal, através de uma ligação ao porto de Sines, e através de uma ligação ao parque da CLC em Aveiras", disse o presidente da Repsol Portugal, António Calçada de Sá em Sines durante a inauguração.
O parque vai ter ligação ao porto de Sines e também ao único grande oleoduto em Portugal: o da Companhia Logística de Combustíveis (CLC) entre Sines e Aveiras. Este pipeline de 147 quilómetros faz assim a ligação entre o porto de Sines e o parque de armazenagem de Aveiras, que assegura o abastecimento na zona de maior consumo em Portugal: a região da grande Lisboa. É uma verdadeira auto-estrada do sector logístico dos combustíveis em Portugal, assegurando a ligaçao entre este porto e a capital portuguesa.
O oleoduto da CLC que parte de Aveiras termina a oito quilómetros do porto de Sines, e a única ligação deste pipeline ao porto só pode ser feita via refinaria da Petrogal.
O Governo já anunciou que vai proceder a uma série de estudos técnicos no próximo ano para estudar a construção dos restantes oito quilómetros do oleoduto. Na prática, isto significa que, no futuro, qualquer navio poderá descarregar combustível em Sines e enviar directamente para a zona da grande Lisboa via pipeline da CLC.
Ainda recentemente, o Governo aprovou novas regras para o oleoduto e o parque da armazenagem da CLC, para permitir o acesso de outras empresas a estas infra-estruturas que são detidas pela CLC que é controlada pela Galp (65%), tendo como restantes accionistas a BP (15%), Repsol (15%) e a Rubis Energia (5%).