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Lisboa e Madrid a vão criar nova regulação ibérica para armazenamento conjunto de eletricidade

"Com isto vamos ser mais fortes, mais autónomos, mais resilientes e mais competitivos, que é o que merecem as nossas famílias e as nossas empresas", disse o presidente do Governo espanhol, Peedro Sanchez.

Em Portugal, as 920 mil famílias que estão no mercado regulado não vão pagar os valores de ajuste que resultarem do mecanismo ibérico.
Nuno André Ferreira
20 de Outubro de 2022 às 16:54
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O presidente do Executivo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou esta quinta-feira em Estrasburgo, à entrada do Conselho Europeu de chefes de Estado e de Governo, que Portugal e Espanha vão começar a trabalhar num segundo pilar do mecanismo ibérico, que passa por "regular todo o armazenamento de eletricidade" dos dois países.

"É algo em que os dois governos vão começar a trabalhar", garantiu Sánchez, depois de ter sido tornado público o acordo histórico entre Portugal, Espanha e França para a construção de um "corredor de energias verdes" (que inclui um gasoduto por via marítima preparado para hidrogénio verde entre Barcelona e Marselha) entre a Península Ibérica e França. Desta forma cai por terra o Midcat, a ligação que estava prevista através dos Pirenéus e à qual a França se opunha. 

"Estamos convencidos que o armazenamento de energia é algo que vai escalar num futuro próximo, também no seio da UE, [para] podermos contar com uma reserva estratégica de energia elétrica e construir um regulamento ibérico que permita armazenamento de eletricidade na Península Ibérica. Com isto vamos ser mais fortes, mais autónomos, mais resilientes e mais competitivos, que é o que merecem as nossas famílias e as nossas empresas", disse Sanchez.

Por seu lado, o primeiro-ministro português, António Costa, também confirmou o desenvolvimento de uma nova regulação ibérica que permita o armazenamento conjunto de energia. 

"É o grande desafio na transição energética: como armazenar a energia produzida? Há várias formas de o fazer: a forma tradicional é nas barragens, com bombagem, mas há novas formas, com os gases renováveis ou com o desenvolvimento de baterias de grande capacidade, o que ajudaria a desenvolver a cadeia de valor de uma das matérias-primas da Península Ibérica que é o lítio", afirmou, em resposta aos jornalistas á entrada do Conselho Europeu, em Estrasburgo. 

"É importante armazenar energia em grande escala para enfrentar estas situações que estamos agora a viver", acrescentou.
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