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Política energética "pode pôr em causa objetivo da reindustrialização", diz líder da Imperial

A política energética a seguir por Portugal pode "colocar em causa o grande objetivo que é a reindustrialização", disse esta segunda-feira a presidente do conselho de administração da Imperial, Manuela Tavares de Sousa.

DR
28 de Março de 2022 às 20:13
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Durante um debate, no evento 'Encontros fora da Caixa', organizado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) que decorreu no Porto, a gestora indicou que "a questão do custo energia elétrica é crucial", numa altura em que os preços elevados estão a colocar problemas às empresas.

"As energias renováveis são intermitentes e só se tornam do ponto de vista económico relevantes quando for possível o armazenamento em soluções de baterias", referiu.

"Hoje em Portugal e em outros países da Europa, como a Alemanha, é extraordinariamente crítica a política energética que se vai seguir porque pode estar em causa o grande objetivo que é a reindustrialização", alertou. 

A chairman da Imperial avisou que se o custo de energia for pouco competitivo, as empresas portuguesas não vão conseguir acompanhar a concorrência.

Para Manuela Tavares de Sousa, tendo em conta a pouca dimensão do mercado nacional, o caminho das empresas "tem de ser pela via da inovação e competitividade e internacionalização", indicando que, no volume de negócios da imperial o mercado externo pesa cerca de 25%, mas que nos próximos dois a três anos poderá crescer para 40% a 50%.

Para a gestora, este caminho pode ser facilitado pela "diplomacia económica", referindo que a "marca Portugal ainda não é conhecida e o Estado português tem de promover essa diplomacia, através de campanhas de comunicação".

A Imperial investiu cerca de 25 milhões de euros nos últimos dez anos, revelou ainda, referindo que a empresa tem um balanço sólido que lhe permite obter estes valores.

No mesmo painel, João Fernando Rocha, administrador da Prio Energy, disse que "não há soluções únicas" para o problema da descarbonização.

"Vamos ter soluções diversas que se vão ajustar à mobilidade" e destacou o papel do hidrogénio nestas questões.

"Apenas 40% dos consumos são por viaturas ligeiras de passageiros. Os 60% dos pesados o elétrico vai chegar mais devagar. Para não termos de fazer investimentos doidos, achamos que o hidrogénio tem uma palavra a dizer", referiu ainda.
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