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Petrolífera saudita suspende projeto de 10 mil milhões na China

A queda do preço do petróleo e o impacto do vírus na procura de energia mudaram os cálculos para projetos do setor em todo o mundo.

Bloomberg
24 de Agosto de 2020 às 11:44
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A petrolífera estatal da Arábia Saudita suspendeu um acordo para construir um complexo petroquímico e de refinação de 10 mil milhões de dólares na China, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. A empresa tem vindo a cortar custos para lidar com a queda dos preços do petróleo.

A Saudi Arabian Oil Co., conhecida como Aramco, decidiu parar de investir no complexo localizado na província de Liaoning, no nordeste da China, após negociações com os parceiros locais, revelaram as fontes, que pediram anonimato porque o assunto é particular. A perspetiva incerta do mercado motivou a decisão, disseram.

A Aramco não quis comentar. Uma das sócias, a China North Industries Group, conhecida como Norinco, não respondeu imediatamente a um e-mail a solicitar comentários. A terceira sócia, a Panjin Sincen, também não respondeu.

A queda do preço do petróleo e o impacto do vírus na procura de energia mudaram os cálculos para projetos do setor em todo o mundo. A Aramco planeia cortes profundos nos investimentos enquanto tenta manter o pagamento de 75 mil milhões em dividendos numa altura de preços baixos e dívida crescente. O reino — principal destinatário dos dividendos da Aramco — sofre um grande impacto nas finanças públicas.

O contrato da joint venture foi assinado quando o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, esteve em Pequim, em fevereiro do ano passado. Na ocasião a parceria foi vista como um acordo histórico com um aliado importante. A Arábia Saudita queria ampliar sua participação de mercado na Ásia e, além disso, incentivou os chineses a investir no reino.

O plano passava por os sauditas juntarem-se à Norinco e à Panjin Sincen para formar uma entidade chamada Huajin Aramco Petrochemical. O reino forneceria até 70% do petróleo para a refinaria com capacidade para 300.000 barris diários.

O lado chinês dará continuidade ao projeto, que inclui a fabrico de etileno e uma unidade de paraxileno, de acordo com as fontes. E a joint venture continua a ser uma opção para o futuro, acrescentaram.

O coronavírus restringiu a procura global e as margens das refinarias foram comprimidas. Esta evolução mudou a lógica comercial para investimentos em refinação. No início do ano, a Aramco também conversava com a estatal de energia da Indonésia, Pertamina, sobre a expansão de uma refinaria, mas as negociações terminaram sem acordo e a Pertamina procura agora outro parceiro.

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