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Petróleo no Algarve: Contratos de Sousa Cintra foram aprovados com "reticências"

A DGEG diz que não tinha "outra hipótese" senão autorizar Sousa Cintra no petróleo no Algarve, pois cumpria os requisitos. No entanto, o plano de trabalhos e a idoneidade da Portfuel levantaram dúvidas, transmitidas ao então ministro Moreira da Silva.

Inês Lourenço/Correio da Manhã
15 de Julho de 2016 às 11:24
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As concessões atribuídas ao empresário Sousa Cintra para que possa procurar petróleo no Algarve foram autorizadas pelo Governo de Passos Coelho em 2015 após parecer positivo da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Chamado ao Parlamento, o director-geral da DGEG diz que as concessões voltaram para trás por duas vezes por falta de documentos essenciais, mas que à terceira submissão o processo estava conforme o pedido por lei.

 

"Da nossa parte não nos restava outra hipótese senão seguir com o processo", declarou o director-geral da DGEG esta sexta-feira, 15 de Julho, no Parlamento. Carlos Almeida sublinhou que a DGEG pediu mais documentos por duas vezes e expressou as suas preocupações a Jorge Moreira da Silva.

 

"Nós chamámos a atenção destes problemas. Não escondemos nada, as nossas preocupações" afirmou na Comissão Parlamentar de Economia. O responsável sublinhou que o processo foi "despachado com algumas reticências", em relação ao plano de trabalhos previsto e à idoneidade da empresa Portfuel.

 

A luz verde dada pelo ex-ministro da Energia, Jorge Moreira da Silva, tem levantado polémica e merecido a contestação por parte de autarquias algarvias e ambientalistas. Quando entrou em funções, o Governo de António Costa levantou dúvidas sobre a legalidade dos contratos e pediu um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR), que disse não haver "motivo para apontar invalidade" aos contratos. Confrontado com esta decisão, o Secretário de Estado da Energia prometeu que vai estar atento à fiscalização dos contratos.

 

Outra das questões levantadas durante este processo foi se estas concessões permitem a exploração de petróleo, caso Sousa Cintra descubra jazidas relevantes no Algarve. Questionado sobre esta matéria, o responsável da DGEG respondeu afirmativamente. "Na minha opinião, sim, permite a exploração. Se efectivamente encontrar petróleo e apresentar toda a documentação". Neste âmbito, o parecer da PGR aponta que o contrato não concede de antemão o direito de exploração das jazidas de petróleo que possam ser descobertas.

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