Notícia
Mina do Barroso leva "não" de associações ambientalistas
O final da consulta pública trouxe a oposição das associações ambientalistas Zero e GEOTA.
16 de Julho de 2021 às 20:06
A Associação Zero e a GEOTA -, Grupo de Estudos de Ordenamento de Território e Ambiente deram um parecer negativo à ampliação da Mina do Barroso, acusando impactos ambientais e sociais.
A consulta pública relativa ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projeto de ampliação da Mina do Barroso (MdB) – fase de Estudo Prévio -, terminou esta sexta-feira. Este debruçava-se, entre outros aspetos, sobre a ampliação da área de concessão de exploração de depósitos minerais de quartzo, feldspato e lítio e da ampliação da área de exploração, prevendo-se a implantação de um conjunto de infraestruturas, instalações e equipamentos necessários ao funcionamento da mina.
No parecer, a Zero defende que o projeto tem "evidentes impactes ambientais", muitos dos quais com reversibilidade "duvidosa", considerando que "jamais se pode afirmar que estamos perante um suposto projeto daquilo que o Governo anunciou como de 'Mineração Verde'".
A GEOTA acusa que o EIA "tenta desvalorizar os impactos negativos, certos, permanentes e de magnitude elevada" e "por vezes irreversíveis" do projeto.
Para esta associação, os impactos vão fazer-se sentir no clima, na geologia, nos recursos hídricos e consequente qualidade da água, na qualidade do ar, noambiente sonoro, nos sistemas ecológicos, na paisagem, no território e em riscos ambientais.
Da análise que culminou num parecer negativo ao EIA, a Zero destaca a existência de uma "questão pertinente", nomeadamente, a convivência da população com uma mina em laboração 24 horas por dia, da qual dista escassas centenas de metros. A associação compara os danos com os de uma pedreira.
A Zero destaca também que quando se constata que a exploração pode vir a ser visível até 30 quilómetros de distância, tal "denota bem a intrusão na paisagem e consequências negativas que a degradação provocará em termos de atratividade turística da região". que foi considerada Património Agrícola Mundial pela Organização das Nações Unidas. A biodiversidade também estará em risco.
Já quanto à criação de emprego especializado, a associação ambientalista diz ser difícil de acreditar que uma mina com um "tempo de vida curto", cerca de 12 anos, "se traduzirá num repovoar do interior". A GEOTA afirma que será diminuída a qualidade de vida e promovido o abandono do interior.
Economicamente, a GEOTA considera que o projeto "não parece interessante" na perspetiva do desenvolvimento local e regional, já que os minérios serão exportados numa fase muito inicial da cadeia de valor.
"O Plano de Partilha de Benefícios que acena com um investimento de 500 mil euros anuais em projetos com as comunidades locais é desenhado numa lógica de pressão e coação, mas sem se saber se vai surtir os resultados pretendidos ou, acima de tudo, sem ter em conta a participação e o desejo de adesão dos visados", atira a Zero.
O projeto
A Mina do Barroso situa-se em área das freguesias de Dornelas e Covas do Barroso e o projeto está a ser promovido pela empresa Savannah Lithium, Lda, que prevê uma exploração de lítio e outros minerais a céu aberto.
O projeto da Savannah tem como foco principal a produção de concentrado de espodumena, para posterior alimentação de estabelecimentos mineralúrgicos de processamento de lítio, tendo como subprodutos o feldspato e quartzo para alimentar a indústria cerâmica e vidreira.
Está prevista a instalação de um estabelecimento industrial (lavaria) de tratamento da mineralização, a exploração decorrerá num período de 12 anos e requererá de 201 a 243 trabalhadores e, segundo a empresa, o projeto propõe a partilha de benefícios e um plano de 'Boa Vizinhança', com a atribuição de 500 mil euros anuais para projetos na comunidade.
A consulta pública relativa ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projeto de ampliação da Mina do Barroso (MdB) – fase de Estudo Prévio -, terminou esta sexta-feira. Este debruçava-se, entre outros aspetos, sobre a ampliação da área de concessão de exploração de depósitos minerais de quartzo, feldspato e lítio e da ampliação da área de exploração, prevendo-se a implantação de um conjunto de infraestruturas, instalações e equipamentos necessários ao funcionamento da mina.
A GEOTA acusa que o EIA "tenta desvalorizar os impactos negativos, certos, permanentes e de magnitude elevada" e "por vezes irreversíveis" do projeto.
Para esta associação, os impactos vão fazer-se sentir no clima, na geologia, nos recursos hídricos e consequente qualidade da água, na qualidade do ar, noambiente sonoro, nos sistemas ecológicos, na paisagem, no território e em riscos ambientais.
Da análise que culminou num parecer negativo ao EIA, a Zero destaca a existência de uma "questão pertinente", nomeadamente, a convivência da população com uma mina em laboração 24 horas por dia, da qual dista escassas centenas de metros. A associação compara os danos com os de uma pedreira.
A Zero destaca também que quando se constata que a exploração pode vir a ser visível até 30 quilómetros de distância, tal "denota bem a intrusão na paisagem e consequências negativas que a degradação provocará em termos de atratividade turística da região". que foi considerada Património Agrícola Mundial pela Organização das Nações Unidas. A biodiversidade também estará em risco.
Já quanto à criação de emprego especializado, a associação ambientalista diz ser difícil de acreditar que uma mina com um "tempo de vida curto", cerca de 12 anos, "se traduzirá num repovoar do interior". A GEOTA afirma que será diminuída a qualidade de vida e promovido o abandono do interior.
Economicamente, a GEOTA considera que o projeto "não parece interessante" na perspetiva do desenvolvimento local e regional, já que os minérios serão exportados numa fase muito inicial da cadeia de valor.
"O Plano de Partilha de Benefícios que acena com um investimento de 500 mil euros anuais em projetos com as comunidades locais é desenhado numa lógica de pressão e coação, mas sem se saber se vai surtir os resultados pretendidos ou, acima de tudo, sem ter em conta a participação e o desejo de adesão dos visados", atira a Zero.
O projeto
A Mina do Barroso situa-se em área das freguesias de Dornelas e Covas do Barroso e o projeto está a ser promovido pela empresa Savannah Lithium, Lda, que prevê uma exploração de lítio e outros minerais a céu aberto.
O projeto da Savannah tem como foco principal a produção de concentrado de espodumena, para posterior alimentação de estabelecimentos mineralúrgicos de processamento de lítio, tendo como subprodutos o feldspato e quartzo para alimentar a indústria cerâmica e vidreira.
Está prevista a instalação de um estabelecimento industrial (lavaria) de tratamento da mineralização, a exploração decorrerá num período de 12 anos e requererá de 201 a 243 trabalhadores e, segundo a empresa, o projeto propõe a partilha de benefícios e um plano de 'Boa Vizinhança', com a atribuição de 500 mil euros anuais para projetos na comunidade.