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Lucro da REN até março cai a pique 71,1% para 3,7 milhões de euros

A empresa justifica o desempenho com resultados financeiros muito mais baixos: menos 8,4 milhões de euros, dos quais três milhões estão relacionados com "diferenças desfavoráveis nas taxas de câmbio". 

Lusa
Bárbara Silva barbarasilva@negocios.pt 09 de Maio de 2024 às 17:17
No primeiro trimestre de 2024, a REN - Redes Energéticas Nacionais atingiu lucros de apenas 3,7 milhões de euros, o que representa uma quebra de 71,1% face ao período homólogo do ano passado, comunicou a empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Na prática, trata-se de uma redução de 9,1 milhões de euros face aos 12,8 milhões de lucros atingidos nos primeiros três meses de 2023.

O resultado é justificado, sobretudo, por uma redução de 3,4 milhões de euros no EBITD (lucros antes de juros e tributos) e resultados financeiros muito mais baixos (menos 8,4 milhões de euros, dos quais três milhões estão relacionados com "diferenças desfavoráveis nas taxas de câmbio"). No que diz respeito aos resultados financeiros, estes foram negativos em 21,3 milhões até março, ou seja, uma queda de 64,7% face ao resultado do ano passado, também ele negativo em 12,9 milhões. 

A REN dá ainda conta de ter pago menos impostos (menos 3,1 milhões), ao mesmo tempo que aumentaram outras taxas, como a CESE - Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (mais 400 mil euros). 

A Assembleia Geral de Acionistas da REN aprovou também esta quinta-feira, por maioria de votos, o pagamento de um dividendo no valor de 9 cêntimos por ação, mantendo o plano de remuneração anual de 15,4 cêntimos por ação, pago em duas tranches. 

Entre janeiro e março, a empresa registou um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 128,9 milhões de euros, com uma descida de 2,3% (menos 3 milhões) face ao mesmo período do ano passado (131,9 milhões), "refletindo o ligeiro decréscimo tanto da atividade doméstica (-2,6 milhões de euros) como da atividade internacional (-500 mil euros)". Em Portugal, a empresa indica uma redução da remuneração dos ativos regulados. 

Neste período, os custos operacionais da empresa diminuíram para 42,4 milhões de euros, o que representa uma queda de 1,4%, apesar do aumento do número de colaboradores, de 724 para 759 (+4%), em linha com o crescimento da atividade operacional.

Quanto ao investimento, este aumentou 4,4% (dois milhões de euros) para 47,9 milhões de euros, refere a REN no comunicado, face aos 45,9 milhões até março de 2023. 

A dívida líquida atingiu os 2.670 milhões de euros. Em comunicado, a REN diz que "desconsiderando o efeito dos desvios tarifários, a dívida teria diminuído 59,8 milhões de euros, situando-se nos 2.361 milhões. Já o custo médio da dívida aumentou para 2,8% (acima dos 2,42% no mesmo período do ano passado).

No mesmo comunicado, a REN dá conta que o consumo de energia elétrica registou um crescimento homólogo de 1,2%, ou 2,7% com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis. Neste período, a produção renovável abasteceu 89% do consumo, repartida pela hidroelétrica com 47%, eólica com 31%, fotovoltaica com 6% e biomassa com 5%.

A produção a gás natural abasteceu 11% do consumo, tendo o saldo de trocas com o estrangeiro sido exportador. Em termos de consumo de gás, houve uma redução de 10% no trimestre, tratando-se do consumo mais baixo desde 2014, fruto de uma contração de 43% no segmento de produção de energia elétrica. No segmento convencional registou-se um aumento de 6% no trimestre.

Também nos primeiros três meses do ano, foi aprovada pela União Europeia a primeira lista de Projetos de Interesse Comum e de Projetos de Interesse Mútuo, nas quais constam os as interligações de eletricidade e hidrogénio entre Portugal e Espanha bem como a criação de uma infraestrutura interna para o hidrogénio em Portugal.

No que diz respeito à assembleia geral de acionistas, foi aprovado o relatório de gestão e as contas da empresa a 2023. Para dividendos aos acionistas, a empresa conta com 102,7 milhões de euros, correspondentes a uma distribuição de 68,8% do resultado consolidado no exercício do ano passado, que ascende a 149,2 milhões, o que equivale à distribuição de um valor de dividendo bruto por ação de 0,154 euros.

"Tendo em conta que a REN procedeu à distribuição antecipada de dividendos, a título de adiantamento sobre lucros, no montante de 42,7 milhões, correspondente ao valor de 0,064 euros por ação, conforme aprovado pelo Conselho de Administração no dia 30 de novembro de 2023, será agora distribuído o remanescente - 60 milhões -, o que equivale à distribuição de um valor de dividendo bruto por ação de 0,09 euros", refere o comunicado da REN. 

Os acionistas aprovaram ainda a eleição dos membros dos órgãos sociais para o novo mandato, correspondente ao triénio 2024-2026.


Conselho de Administração 


- Rodrigo Costa – Presidente do Conselho de Administração

- State Grid International Development Limited (representada por Guangchao Zhu) – Vice-Presidente do Conselho de Administração

- João Faria Conceição

- Gonçalo Morais Soares

- Yang Qu

- Mingyi Tang

- Jorge Magalhães Correia

- Ana Pinho

- Gonçalo Gil Mata

- José Luís Arnaut

- Manuel Sebastião

- Maria Estela Barbot


Assembleia Geral

- Pedro Rebelo de Sousa – Presidente da Mesa da Assembleia Geral

- Rui Manuel Pereira Dias – Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral

      Comissão Executiva da REN:

      - Rodrigo Costa – Presidente, Chief Executive Officer

      - João Faria Conceição – Vogal, Chief Operational Officer

      - Gonçalo Morais Soares – Vogal, Chief Financial Officer e representante para as relações

      com o mercado e com a CMVM.

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