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Lucros da REN caem 23% no primeiro semestre para 48,6 milhões de euros
A empresa explica que o resultado surge como "consequência da menor contribuição do EBITDA (-7,1 milhões de euros) e resultados financeiros mais baixos (-11 milhões)".
A REN - Redes Energéticas Nacionais anunciou esta quinta-feira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que - "como antecipado" - registou lucros de 48,6 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa um queda de 23% face ao período homólogo de 2023 (menos 14,4 milhões, face aos 63 milhões do ano passado).
A empresa explica que o resultado surge como "consequência da menor contribuição do EBITDA (juros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, menos 7,1 milhões de euros) e resultados financeiros mais baixos (-65,7% ou menos 11 milhões)".
Já no trimestre anterior, entre janeiro e março, o lucro da REN tinha caído a pique 71,1% para 3,7 milhões de euros. Nessa altura, a empresa justificou o desempenho com resultados financeiros muito mais baixos: menos 8,4 milhões de euros, dos quais três milhões estão relacionados com "diferenças desfavoráveis nas taxas de câmbio".
Na totalidade dos primeiros seis meses do ano, a REN chegou a um EBITDA de 257,8 milhões de euros, uma redução de 2,7% face a igual período de 2023 que reflete uma variação negativa da atividade doméstica (-2,4 milhões) e internacional (-4,7 milhões).
Em Portugal a REN assinala o "esperado efeito negativo da nova regulação do segmento do gás", que afetou negativamnete a atividade doméstica. Já a nível internacional, a perfotrmance resulta do reconhecimento de um proveito extraordinário de 4 milhões de euros em 2023.
No primeiro semestre, os custos da REN diminuíram para 93,8 milhões (-1,4%), apesar do crescimento da atividade operacional e do aumento do número de colaboradores de 737 para 774 (+5%), em função da "adequação da estrutura aos desafios da descarbonização e ao cumprimento das metas da transição energética".
Já o investimento da empresa aumentou 23,6 milhões de euros (+21.1%) - para um total de 135,4 milhões - em comparação com o primeiro semestre do ano passado. Esta subida no investimento está relacionada com a aposta na rede elétrica em Portugal para "garantir a ligação à rede de novos centros electroprodutores de matriz renovável, no âmbito da política energética nacional".
A dívida líquida da empresa aumentou 3,8% e situou-se nos 2.679,8 milhões até junho. Não considerando o efeito dos desvios tarifários, refere a REN, a dívida atingiu 2.426,9 milhões.
A nível operacional, o consumo de energia elétrica em Portugal registou um crescimento homólogo de 1,6%, ou 2,5% corrigindo os efeitos de temperatura e número de dias úteis. A produção renovável abasteceu 82% do consumo, o registo mais elevado no primeiro semestre dos últimos 45 anos.
A produção hidroelétrica abasteceu 39% do consumo, a eólica 28%, a fotovoltaica 9% e através da biomassa 6%. A produção a gás natural abasteceu 8% do consumo e os restantes 10% correspondem ao saldo importador. O consumo de gás natural reduziu 19,0% em relação ao período homólogo, com o segmento convencional a registar um aumento de 3,4%.