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Lítio português não será suficiente para abastecer refinaria da Galp

Na apresentação do projeto industrial de conversão de lítio que juntará a Galp e os suecos da Northvolt, as duas empresas revelaram que parte da matéria-prima terá de ser importada.

Mário Cruz/Lusa
14 de Dezembro de 2021 às 12:59
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É um investimento de 700 milhões de euros que terá uma capacidade de produção anual de até 35.000 toneladas de hidróxido de lítio. Na prática, será suficiente para equipar 700 mil veículos elétricos por ano, ou 50 GWh de baterias. No entanto, o projeto industrial Aurora, que juntará a Galp e a sueca Northvolt, vai precisar de importar matéria-prima. O lítio português não chegará para colmatar as necessidades da refinaria que vai nascer em Portugal. 

"Vamos olhar para diferentes fontes de abastecimento, não vamos estar dependentes apenas do minério português", declarou o CEO da Galp, Andy Brown, na sessão de apresentação do projeto, que teve lugar esta terça-feira em Lisboa.

Questionado sobre o papel da Savannah Resources neste projeto, uma vez que a mineira está incluída no consórcio liderado pela Galp que concorreu aos fundos do PRR, e chegou a ter um acordo com a energética para a venda exclusiva do minério extraído da mina do Barroso, Andy Brown afirmou que esta é uma questão que decorre "em paralelo". 

"Estamos a trabalhar de perto com a Savannah, o projeto deles está em andamento. Estamos a aguardar para ver se eles garantem as autorizações necessárias. É um processo que decorre em paralelo. Mas não vamos depender deles. Teremos outras fontes de abastecimento de forma a garantir que as operações comerciais avançam em 2026", garantiu o CEO da Galp. 

A mesma posição foi transmitida por Paolo Cerruti, co-Fundador e COO da Northvolt. 

"A Galp tinha um acordo com a Savannah, que expirou. Continuamos em discussões com a Savannah, mas a Savannah não é a única empresa que poderá fornecer lítio ao projeto, não seria suficiente para as necessidades da fábrica. Precisamos certamente de vários fornecedores, e do ponto de vista operacional, também não queremos colocar todos os ovos no mesmo cesto, queremos diversificar a origem dos recursos. Este é um trabalho que será feito durante os próximos 18 meses", adiantou. 

Quanto às quantidades e à sua origem, Cerruti diz que "é prematuro avançar com estimativas sobre a quantidade de lítio português que será necessário".

"Temos uma palete de opções. Vamos escolher com base em fatores económicos e outros detalhes técnicos. Gostamos do Canadá, devido à sua pegada ambiental sustentável. O Brasil também é uma opção", assim como a Austrália, avançou. 
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