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Líder da Repsol alerta para crise da oferta em 2020 por falta de investimento
O actual responsável da Repsol antecipa que as reservas de petróleo reduzam drasticamente no curto prazo, avançando 2020 como o prazo para os actuais níveis de reservas, culpando a falta de investimento. Simultaneamente, considera que investir agora seria "ilógico".
O presidente da petrolífera Repsol, Antonio Brufau, antevê que a falta de investimento durante os anos de crise no sector se reflicta agora numa redução da oferta.
"Nós ainda não vimos o impacto da falta de investimento quando todas as energéticas pararam os investimentos durante a recessão", declarou Brufau, em entrevista ao Financial Times. "Depende de quanta capacidade extra têm os países da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), e nós não pensamos que possuam muita", disse. Apesar de existir uma margem, de vários milhões de barris por dia, que traz segurança, "em dois anos isto estará esgotado", antecipou Brufau.
Os cortes no investimento começaram a notar-se em 2014, quando o preço da matéria-prima entrou em declínio, pelo que as maiores produtoras tentaram equilibrar as contas com reduções na despesa, nomeadamente diminuindo o nível de investimento.
De acordo com o líder da Repsol "a vida dos investimentos é agora de seis a sete anos", um dos prazos mais curtos da história do sector. As empresas concentraram os seus fundos em projectos de curto-prazo, assinalou.
"Há dez anos as melhores empresas de gás e petróleo eram as que tinham reservas com mais anos de vida" recorda. Mas há um obstáculo que se impõe ultimamente: "Tens de provar que o dinheiro [despendido em projectos] vale a pena, muito rapidamente", acredita.
O chairman da petrolífera não é o único a contar com quebras no mercado. A Agência de Energia Internacional concorda que já no início de 2020 se vai notar a redução da oferta.
Esta segunda-feira o barril de Brent está a ceder quase 1%, e já desceu a um mínimo de 1 de Outubro, ou seja de cerca de uma semana, após uma queda de 1,78% para os 82,66 dólares. A Repsol alinha-se no vermelho e cai 1,29% para os 16,805 euros por título, depois de já ter descido 1,50% para os 16,17 euros , um mínimo de 24 de Setembro.