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Leilão torna Alqueva o maior parque solar flutuante do mundo
Com uma área máxima equivalente a 250 campos de futebol, o parque a instalar no Alqueva poderá produzir 100 megawatts.
É já esta sexta-feira, 26 de novembro, que arranca o primeiro leilão de capacidade solar flutuante, que permitirá a instalação de centrais solares nos espelhos de água de sete albufeiras. E no Alqueva deverá nascer mesmo o maior projeto mundial de centrais flutuantes, com uma capacidade de 100 megawatts (MW) , muito superior ao maior projeto atual (cerca de 60 MW).
O leilão foi apresentado esta quarta-feira no Ministério do Ambiente e, segundo o secretário de Estado Adjunto e da Energia, terá em licitação uma área total máxima de 445 hectares, que permitirá, “em cálculos conservadores” uma produção de 262,5 MW. No entanto, indicou João Galamba, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já identificou outros 700 hectares passíveis de serem leiloados no futuro.
Galamba assinalou que, nesse sentido, será solicitado à REN que no seu plano de infraestruturas reforce a rede por forma a que a energia a ser produzida nesses 700 hectares possa ser injetada na rede. Assim, sublinha, até 2024 ou 2025 “pelo menos 700 hectares poderão ser leiloados”.
Para já, são sete as barragens onde poderão ser instaladas as centrais solares flutuantes: Alqueva (Portel), Castelo de Bode (Tomar), Cabril (Pedrógão Grande), Alto Rabagão (Montalegre), Paradela (Miranda do Douro), Salamonde (Vieira do Minho) e Tabuaço (Vilar, Moimenta da Beira).
Galamba notou que esta solução é uma boa forma de aliviar pressão sobre o território, lembrando que as energias renováveis em terra ocupam mais espaço do que as centrais termoelétricas, por exemplo.
Alqueva será maior projeto do mundo
O ministro do Ambiente e da Ação Climática destacou que este “é um exemplo de economia circular”, aproveitando espaços “que pareciam parados” e que irão contribuir não só para a descarbonização mas também para que a eletricidade fique mais barata, o que é “ uma forma de atrair investimento” graças aos menores custos energéticos. Por último, referiu João Pedro Matos Fernandes, permite a criação de emprego em territórios do interior.
O leilão surge com um atraso de dois meses face ao previsto por ser “mais complexo”, tendo sido necessário alterar a legislação por causa da utilização do domínio hídrico público. O procedimento terá, aliás, duas entidades adjudicantes: a APA e a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), tendo a APA a receber, no limite, quase 250 mil euros anuais em taxa de recursos hídricos.