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Nelson Tanure descarta compra da Prio "por agora"
O investidor brasileiro que é acionista da Pharol chegou a manifestar interesse em comprar a portuguesa Prio, confirmou ao Negócios. Mas garante que as negociações não avançaram para uma oferta vinculativa.
O empresário brasileiro Nelson Tanure estudou "superficialmente" a compra da Prio, detida pela Oxy Capital. Porém, garante que as conversações "não prosseguiram", disse ao Negócios em reação à notícia da Bloomberg sobre a apresentação de uma oferta não vinculativa pela empresa portuguesa.
"A energia (óleo e gás) sempre foi um negócio importante para mim. Quanto à Prio, chegámos a estudar superficialmente, mas não prosseguimos", assegurou.
Questionado sobre se não ia mesmo avançar com uma oferta vinculativa, o empresário respondeu: "Não, por agora. Vamos esperar", acrescentou, sem avançar com mais pormenores.
Contactada pelo Negócios, a Prio não comentou as informações.
A Prio, que conta com 250 postos no país e tem um terminal de armazenagem de combustíveis no porto de Aveiro, tem sido alvo de várias ofertas não vinculativas. Ainda em setembro, o Jornal Económico noticiava que a Oxy Capital recebeu cinco ofertas.
Já em maio do ano passado, o presidente da BP Portugal, Pedro Oliveira, revelou ao Negócios que estava em contactos com a Oxy com o objetivo de comprar a Prio.
Fontes ligadas a este processo adiantaram à Bloomberg que a oferta de Tanure era preliminar e que poderia ser outra a empresa a conseguir comprar a Prio. No entanto, as mesmas fontes disseram que o empresário analisou as contas da Prio, através de um processo de due-diligence.
As ofertas não vinculativas já feitas pela empresa portuguesa avaliam a petrolífera em mais de 200 milhões de euros, incluindo dívida, de acordo com as mesmas fontes.
A Prio fechou 2018 com receitas de 1,08 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 22% face ao ano anterior, de acordo com os dados fornecidos por Pedro Morais Leitão, CEO da Prio, à Bloomberg. O presidente da petrolífera salienta que as receitas geradas no ano passado correspondem a mais do dobro do valor registado em 2013, ano em que a Martifer começou a alienar a posição que detinha na Prio à Oxy Capital, uma sociedade gestora de capital de risco, detida por entidades financeiras portuguesas.
Os resultados líquidos da Prio aumentaram 12,5% face a 2017 para 18 milhões de euros.
(Notícia atualizada pela última vez às 13:10 com declarações de Nelson Tanure)