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Governo quer lançar novo leilão solar até março deste ano

O ministro do Ambiente revelou que no primeiro trimestre deste ano será lançado um novo leilão solar cujos projetos terão possibilidade de armazenamento.

Lusa
14 de Janeiro de 2020 às 16:34
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A segunda ronda para a atribuição de licenças para produção de energia solar vai arrancar em março. E, desta vez, vai ter a novidade de incluir a opção de armazenamento para os promotores que queiram investir neste projetos. A novidade foi avançada na terça-feira por Matos Fernandes, ministro do Ambiente, durante a audição no Parlamento no âmbito da apreciação, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2020.

"No primeiro trimestre haverá um novo leilão de atribuição de energia solar, mas agora também com possibilidade de alguns destes projetos terem armazenamento", referiu o governante, em resposta a uma pergunta do deputado do PCP, Bruno Dias.

Ao longo da sua intervenção, o ministro foi divulgando mais pormenores sobre os planos do Governo para a promoção de energias renováveis, nomeadamente da produção de energia solar. Matos Fernandes apontou o mês de março para o arranque do segundo leilão a realizar em Portugal e revelou que contará com uma capacidade de 700 a 800 megawatts (MW). Além disso, garantiu que o Governo prevê lançar um terceiro leilão ainda este ano.

Matos Fernandes aproveitou para relembrar o "sucesso" do primeiro leilão solar realizado em Portugal em junho de 2019. Este concurso, que contou com mais de 64 interessados, "bateu recordes a nível mundial" ao alcançar o preço mais baixo de sempre num dos lotes: 14,70 euros por megawatt/hora (MWh). À data, o preço no mercado grossista [Mibel] situava-se em 52 euros MWh.

O ministro do Ambiente justificou o lançamento destes novos concursos com o facto de Portugal ainda ter uma capacidade de produção solar instalada bastante reduzida, cerca de 1,3 GW. Os projetos vencedores dos 1.400 megawatts (MW) leiloados em 2019 ainda não estão operacionais, prevendo-se que entrem em exploração até 2022.
A Iberdrola foi a grande vencedora ao arrecadar sete dos 24 lotes que foram a concurso. A espanhola ganhou 150 MW, distribuídos pelas regiões do Algarve e Vale do Tejo. Já a francesa Akuo venceu menos lotes, mas acabou por conquistar a maior fatia da capacidade total: 370 MW.

Voltando aos resultados "recorde" do primeiro leilão solar realizado em Portugal, Matos Fernandes apontou que são uma prova de que "vale a pena apostar nas energias renováveis". Aliás, segundo o ministro, esta aposta tem contribuído para baixar os preços da luz que nos últimos quatro anos caíram cerca de 6%, enquanto a média europeia se situou em 4%.

Questionado sobre os planos de encerramento da central a carvão do Pego - e as expectativas de reconversão da mesma e o futuro dos atuais trabalhadores - aproveitou para lançar o desafio: "A expectativa é que concorra a um dos leilões de energia renovável."

A licença de produção da central do Pego - detida pela Trust Energy e Endesa - termina em novembro de 2021 e o Governo já anunciou que quer encerrar esta unidade no final desse ano.

Esta unidade emprega quase 130 pessoas, enquanto a central termoelétrica de Sines conta com cerca de 400 pessoas. Sobre a eventual transferência destes trabalhadores para outros projetos, Matos Fernandes respondeu que essa questão só se "põe daqui a dois anos". E relembrou que está prevista uma transferência do Fundo Ambiental para apoiar o processo de avaliação das qualificações deste pessoal.

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