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Governo defende em Bruxelas metas obrigatórias e mais financiamento para auto-estradas de electricidade europeias
Além das metas vinculativas para a construção destas infra-estruturas, o Executivo de António Costa defende também que devem ser devidamente financiadas ao nível europeu para que Portugal e Espanha deixem de estar isolados energicamente.
O Governo português quer metas obrigatórias para as interligações eléctricas entre países. Estas interligações funcionam como auto-estradas que transportam electricidade entre os países da União Europeia.
"Portugal considera ser fundamental continuar a trabalhar em conjunto com os restantes estados-membros para que as propostas do pacote Clean Energy incluam medidas efectivas para aumentar o nível de interligação, como metas vinculativas em 2020 e em 2030 para as interligações eléctricas e à sua ligação às renováveis", disse o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, esta segunda-feira, 9 de Outubro, em Lisboa.
Jorge Seguro Sanches defende assim o "aumento correspondente do financiamento europeu dos projectos necessários para a sua implementação criando condições de execução dos projectos de interesse comum que permitam alcançar esse objectivo", para que as interligações energéticas entre países possam ser executadas.
O Clean Energy é o novo pacote de medidas da Comissão Europeia para o sector de energia, encontrando-se ainda a ser trabalhado em Bruxelas. Com mais interligações entre Portugal e Espanha e o resto da União Europeia, a energia renovável portuguesa poderá chegar a milhões de lares pela Europa fora.
Momentos antes, durante a conferência "os desafios do mercado ibérico da energia", o comissário europeu da energia, Miguel Arias Cañete, defendia a necessidade de Portugal e Espanha deixarem de estar isolados energicamente face aos restantes países da União Europeia.
O responsável comunitário destacou que a capacidade de interligação entre Portugal e Espanha já se encontra actualmente nos 10%, mas que entre Espanha e França encontra-se somente nos 5%, sendo por isso necessário avançar com a nova interligação do Golfo da Biscaia.
Já em relação às contas finais dos contratos CMEC da EDP, o secretário de Estado da Energia não quis fazer comentários. Recorde-se que o Governo já tem nas mãos o parecer não vinculativo do regulador ERSE sobre o valor que a EDP tem a receber até 2027: quase 850 milhões de euros, um valor que contrasta com os 950 milhões apurados num estudo da EDP e da REN. Entre 2007 e 2017, a EDP recebeu um total de 2.500 milhões de euros. O Governo tem agora até ao final do ano para decidir sobre o valor final dos CMEC da EDP.