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Galp Energia regista menos 13% de lucro no primeiro trimestre

O resultado líquido ajustado de 99 milhões de euros da Galp entre Janeiro e Março ficou aquém do esperado pelos analistas. O EBITDA cresceu 43% mas também abaixo da previsão dos especialistas. Derivados financeiros e impostos prejudicam contas.

A Galp reportou um resultado líquido, excluindo excluídos os eventos não recorrentes e o efeito 'stock', de 114 milhões de euros nos primeiros três meses de 2016. O lucro caiu 5,8% mas a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva mantém-se como a terceira cotada mais lucrativa da bolsa nacional.
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A Galp Energia registou uma quebra de 13% do lucro nos primeiros três meses do ano. A área de exploração e produção deu o grande impulso à empresa dirigida por Carlos Gomes da Silva (na foto), que foi penalizada pelo ramo de gás e energia.

 

O lucro ajustado da petrolífera nacional foi de 99 milhões de euros no primeiro trimestre de 2017, o que representa uma descida de 13% face aos 114 milhões registados no mesmo período do ano passado, mostram os dados divulgados esta terça-feira, 2 de Maio, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

O resultado líquido RCA – ‘replacement cost’ ajustado, que exclui eventos não recorrentes e efeito de ‘stock’ - alcançado no período ficou abaixo dos 123,3 milhões de euros esperados pelos analistas compilados pela agência Bloomberg. O CaixaBI estimava, por exemplo, lucros de 102 milhões no trimestre.

 

Seguindo as normas internacionais de contabilidade, que não ajustam aos referidos eventos não recorrentes e ao efeito de stock, o resultado líquido da Galp foi de 134 milhões face a um prejuízo de 58 milhões nos primeiros três meses de 2016.

 

Produção garante crescimento do EBITDA

 

Em relação ao EBITDA ajustado, resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, a Galp apresentou 419 milhões de euros, um aumento de 43% em termos homólogos, mas também ficando abaixo dos 426 milhões antecipados pelos analistas consultados pela agência Bloomberg. 

 

No campo do EBITDA, o maior contributo para a subida foi da área de exploração e produção, cujo resultado mais do que quadruplicou para 204 milhões de euros, "suportado pelo aumento de produção e pelo aumento dos preços de petróleo e gás natural", segundo explica a empresa no comunicado à CMVM.

 

A Galp Energia, que tem a Amorim Energia de Américo Amorim e Sonangol como principal accionista, atingiu um crescimento de 27% na refinação e distribuição, beneficiando do aumento da margem de refinação. "A actividade de comercialização de produtos petrolíferos foi suportada pela procura nos segmentos de retalho e dos subsegmentos de aviação e bancas marítimas no wholesale".

 

A área que registou um crescimento negativo foi a de gás e energia, cujo o EBITDA ajustado a afundar de 90 para 22 milhões de euros, um comportamento que, de acordo com a companhia sob o comando de Gomes da Silva, foi "afectado por restrições no aprovisionamento de gás natural e pela desconsolidação da actividade de infra-estruturas reguladas", tendo em conta a venda de 22,5% da Galp Gás Natural Distribuição. Também a área de ‘trading’ de gás natural prejudicou os resultados neste ramo de negócio.

 

Apesar desta melhoria do EBITDA (com as vendas a crescerem mais do que os custos), a Galp foi penalizada pelo aumento de 28% das depreciações e amortizações. O EBIT ajustado, que é o resultado antes de juros e impostos mas já após as amortizações e depreciações, ficou-se pelos 220 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, ainda assim, mais de 60% acima do homólogo.

 

Produtos derivados pagam mais juros, impostos penalizam

 

Há, no entanto, depois um contributo negativo dos resultados financeiros, de 12 milhões de euros negativos. Aqui, a empresa explica com o preço de mercado dos derivados de cobertura, nomeados relacionados com a cobertura de margem de refinação, que tiveram uma evolução negativa – valiam 22 milhões de euros no primeiro trimestre de 2016, passaram a representar uma perda de 4 milhões um ano depois.

 

O grupo petrolífero português teve também de pagar mais impostos – subida de 39 para 123 milhões de euros no primeiro trimestre. Neste campo, a empresa inclui a contribuição extraordinária sobre o sector energético, que continua a dizer que é ilegal: "A CESE em Portugal impactou negativamente os resultados [seguindo as normas de contabilidade internacional] em cerca de 25 milhões de euros, dos quais 16 milhões relativos à CESE I, cujo impacto anual é contabilizado na sua totalidade no primeiro trimestre. A contabilização efectuada em relação à CESE decorre da estrita aplicação dos normativos contabilísticos, entendendo a Galp, com base na opinião dos mais reputados jurisconsultos nacionais, que as disposições respeitantes à CESE são violadoras da lei, não sendo os montantes em causa exigíveis".

 

O investimento da Galp recuou 34% no primeiro trimestre, devido em grande medida à quebra da exploração e produção. Em termos anuais, a dívida líquida também recuou 23% para 1.895 milhões, mas na comparação trimestral houve um avanço de 25 milhões. 


(Notícia actualizada às 7:40 com mais informações)

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