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Galp desiste de projeto de lítio com a Northvolt  

A petrolífera portuguesa explica que procurou outras empresas para participarem no projeto da refinaria de lítio em Setúbal, mas sem sucesso. "A incapacidade de contar com um parceiro internacional tornou impossível continuar com o projeto", refere a Galp.  

Vítor Mota
26 de Novembro de 2024 às 19:59
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A Galp decidiu não avançar com construção do projeto Aurora, uma refinaria de lítio em Setúbal em parceria com a Northvolt, depois de a empresa sueca ter comunicado à petrolífera portuguesa a decisão de travar o investimento no projeto este ano.

"Desde então, a Galp procurou identificar novas parceiras internacionais, mas sem sucesso", disse a petrolífera portuguesa esta terça-feira em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A Galp tinha estabelecido que tomaria uma decisão sobre o investimento, que inicialmente deveria estar concluído em 2026, ainda este ano.       

O projeto Aurora, uma parceria em partes iguais entre a Galp e a fabricante sueca de baterias elétricas, trabalhava desde 2021 para estabelecer uma refinaria de conversão de lítio em Setúbal, pretendendo abastecer a indústria de baterias através do aproveitamento das reservas de lítio portuguesas, lembra a Galp no comunicado.    

"Apesar dos esforços significativos, que incluíram a reunião de uma equipa qualificada, a condução de estudos de engenharia, a preparação de estudos de engenharia e a procura de incentivos e financiamento, o contexto atual e a incapacidade de contar com um parceiro internacional tornou impossível continuar com o projeto", refere a Galp.

             

No ano passado, a Northvolt estimava que o custo de desenvolvimento da refinaria em Setúbal seria de 700 milhões de euros. A construção da fábrica deveria ser paga conjuntamente pela Galp e pela Northvolt, mas as duas empresas procuraram depois financiamento e apoios da União Europeia, nomeadamente através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Northvolt enfrentou entretanto graves dificuldades financeiras, tendo apresentado na semana passada um pedido de proteção contra credores ao abrigo do capítulo 11 da Lei de Insolvências dos EUA, seguindo-se a demissão do CEO e cofundador da Northvolt, Peter Carlsson, na sexta-feira.

A empresa sueca gerou grandes expectativas, ao procurar contrariar a dependência dos fabricantes de automóveis ocidentais em relação aos seus rivais chineses. No entanto, de acordo com o CEO demissionário, citado pela Reuters, a Northvolt precisa de angariar entre mil milhões e 1,2 mil milhões de dólares para conseguir reerguer o negócio.

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