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Floene já abastece 82 clientes no Seixal com 12% de hidrogénio na rede de gás

A meta é aumentar esta percentagem para 20% no espaço de dois anos. Projeto Green Pipeline tem despertado o interesse de várias entidades e empresas a nível internacional.

Sérgio Lemos
15 de Setembro de 2023 às 14:31
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Os 82 clientes residenciais, empresariais e industriais que há cerca de um ano são abastecidos com uma mistura de hidrogénio e gás natural pela Floene, no Seixal — no âmbito do projeto-piloto Green Pipeline — já estão neste momento a receber nas suas casas e instalações 12% deste gás renovável. 

Isto sem ter sido necessário mudar os equipamentos já existentes nos clientes nem fazer mudanças na rede de abastecimento. A meta é aumentar esta percentagem para os 20% no espaço de dois anos.   

"Este projeto tem funcionado com um laboratório para o desenvolvimento de outros de maior escala e veio provar que a rede da Floene, sendo uma das mais modernas da Europa, está preparada para receber gases renováveis sem necessidade de adaptação ou investimento adicional, o que constitui uma importante mais-valia para a implementação da estratégia de descarbonização da infraestrutura e da economia", disse Gabriel Sousa, CEO da Floene, em comunicado.  

O hidrogénio verde que abastece esta rede fechada é produzido localmente , com energia 100% renovável, numa central de 50MW localizada no Parque Industrial do Seixal, pela empresa portuguesa Gestene. Depois de produzido e armazenado, o gás renovável percorre 1400 metros num gasoduto de polietileno, igual a cerca de 95% da rede de gás utilizada em Portugal, até uma estação, onde é misturado com gás natural, sendo depois distribuído aos clientes.

Em março de 2023, o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, estiveram presentes na cerimónia que marcou oficialmente a primeira injeção de hidrogénio verde numa rede de gás natural em Portugal, mais propriamente no Seixal.

No entanto, já desde outubro de 2022 que os 82 clientes da Floene estavam a ser abastecidos com uma mistura composta por 95% de gás natural e 5% de hidrogénio, tinha já avançado a Floene (antiga Galp Gás Natural Distribuição) ao Negócios em dezembro desse ano.

Liderado pela Floene, e com financiamento do Fundo Ambiental, o projeto tem como parceiros técnicos empresas como a Bosch, Gestene, Catim, PRF, ISQ, e ainda o Instituto Técnico de Lisboa e a Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio. O próximo passo é replicar o exemplo do Seixal noutras zonas do país, como Évora por exemplo, onde a Floene tem já um projeto semelhante em parceria com a Fusion Fuel.

Por ser pioneiro, o projeto-piloto da Floene tem atraído a atenção dentro e fora de portas e tem despertado o interesse de várias entidades e empresas a nível internacional.

Esta semana, uma delegação de responsáveis políticos  alemães visitou o Green Pipeline Project. Estiveram presentes 12 deputados da Comissão da Ciência, da Energia, da Ação Climática e do Ambiente do Parlamento do estado federal da Saxónia–Anhalt, o ministro desse estado para a Ciência, Energia, Ambiente e Ação Climática, Armin Willingmann, representantes da Embaixada da Alemanha em Portugal e da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã.

"Aqui no Seixal, tal como na Saxónia-Anhalt, há esforços muito sérios no fornecimento de hidrogénio verde. Podemos beneficiar das nossas experiências mútuas e permanecer em intercâmbio, disse o ministro Armin Willingmann.
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