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Estrela rap estuda IPO de empreendimento solar africano

Akon, estrela rap e empreendedor do ramo de energias renováveis, está a pensar abrir o capital da sua empresa solar financiada por chineses em África para impulsionar uma expansão intercontinental.

Akon Lighting Africa
10 de Junho de 2017 às 15:00
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"Esta definitivamente é uma conversa que temos tido com a equipa financeira em relação a como nos estruturar à medida que avançamos", disse Akon (na foto), em entrevista por telefone. "Estamos a movimentarmo-nos a um ritmo realmente rápido."

 

Em apenas três anos, a iniciativa Akon Lighting Africa concluiu 203.200 projectos solares de pequena escala, incluindo a instalação de redes em miniatura e iluminação de rua em 17 países africanos.

 

Apoiante financeira e candidata ao IPO por detrás do empreendimento, a Solektra International é da propriedade dos seus três co-fundadores, entre eles Akon. Já há projectos-piloto em andamento no Brasil com planos de expansão para China e Índia, segundo o cantor, que disse que o seu "sonho" é algum dia construir um parque solar nos EUA.

 

Akon, cujo nome completo é Aliaune Damala Bouga Time Bongo Puru Nacka Lu Lu Lu Badara Akon Thiam, nasceu em St. Louis e foi criado no Senegal até os sete anos. Produziu dois álbuns multiplatina, foi nomeado para cinco prémios Grammy e colaborou com estrelas como Michael Jackson. Os seus videoclipes têm alcançado centenas de milhões de visualizações na internet.

 

Desde o lançamento do seu último álbum, há sete anos, Akon construiu a sua empresa solar, a Akon Lighting Africa, com linhas de crédito de mil milhões de dólares de financiadores chineses. A empresa estruturou cerca de 400 milhões de dólares em acordos de energia solar até o momento.

 

"Este projecto consumiu muito do meu tempo, eu nem percebi que passaram sete anos", disse Akon, que mora em Los Angeles e visita a sua família no Senegal. "Eu tenho estado fora do circuito, focado no projecto Lighting Africa."

 

A Agência Internacional de Energia estima que cerca de metade do total de 1,2 mil milhões de pessoas no mundo sem acesso imediato à electricidade vive na África subsaariana. Com a queda do preço dos painéis solares surgiram novas soluções para preencher lacunas no acesso à energia. Em vez de utilizar geradores a diesel e querosene para produzir electricidade, comunidades desconectadas das redes estão a começar a optar pela energia solar.

 

"O uso de energia solar em pequena escala e da armazenagem para levar electricidade básica a regiões carentes de África está a surgir como uma oportunidade comercial", disse Itamar Orlandi, chefe de análises de energia em mercados de fronteira da Bloomberg New Energy Finance. "Mas o conjunto de habilidades necessário para vender produtos solares no retalho é muito diferente do necessário para desenvolver grandes projectos de energia."

 

Akon fechou uma parceria com Samba Bathily, um empresário do Mali, e com o activista político senegalês Thione Niang em 2012. Os três possuem participações accionistas na Solektra. Bathily trabalhou anteriormente com empresas chinesas em projectos agrícolas e de infra-estrutura e ajudou a firmar parcerias com as fabricantes de equipamentos de energia Sumec Group e Nari Group, com sede em Nanjing.

 

"Nós fornecemos equipamentos e também pré-financiamos os projectos", disse Keno Xiao, gerente de projecto da estatal Sumec. Como faz apenas três décadas desde que muitos chineses saíram da mesma pobreza energética que afecta muitos africanos hoje, "podemos sentir e entender o que eles precisam", disse.

 

Título original em inglês: Star Rapper Akon Mulls IPO of Chinese-Funded African Solar Unit

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