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Esmagadora maioria dos gasodutos europeus pronta para conversão para hidrogénio
Aliança europeia Ready4H2 (Ready for Hydrogen) defende investimento nas redes de distribuição de gás, considerando que o transporte de hidrogénio fica quatro vezes mais barato por essa via do que por camião. Estudo conclui que sistema está pronto, mas identifica barreiras à conversão.
Os principais dados do estudo, o primeiro do projeto europeu, foram facultados, esta quinta-feira, pela GGND (Galp Gás Natural Distribuição), que participa na aliança com mais 90 distribuidoras de gás europeias de 16 países.
Mas as vantagens da conversão dos gasodutos vão além disso. "Constatámos, em termos económicos, que é quatro vezes mais barato transportar hidrogénio por gasoduto do que por camião, o que justifica um forte investimento nas redes locais de gás", afirma o presidente da Ready4H2,Peter Kristensen, citado na mesma nota.
Apesar do "demonstrado portencial do hidrogénio", o estudo assinala, com base na recolha de conhecimento e experiência das Operadoras da Rede de Distribuição (ORD) a nível europeu sobre projetos e infraestruturas de hidrogénio e respetiva estratégia nacional, "uma série de barreiras tecnológicas, comerciais, públicas, regulamentares e organizacionais, que continuam a impedir a conversão das redes de gás para transporte de hidrogénio". A aliança dá como exemplo "as incertezas relacionadas com o preço e os volumes do mercado de hidrogénio, a falta de sensibilização do público para os benefícios da descarbonização por via deste vetor energético e de apoio às ORD".
Como solução para esses problemas, a Ready4H2 identifica "a necessidade de um mandato operacional mais forte para as redes locais de gás a nível europeu e de maior flexibilidade operacional a nível nacional/local para agilizar a adaptação das soluções de hidrogénio".
Em simultâneo, concluiu-se que, "a realidade das transições energéticas locais tem de ser reconhecida pela futura legislação da UE, criando a possibilidade de as ORDs poderem operar redes de hidrogénio dedicadas, em vez de apenas promoverem a mistura de hidrogénio nas suas infraestruturas", refere a mesma nota, apontando ainda que "os Estados-Membros devem dar às ORD um mandato para gerir a qualidade do gás nas suas redes individuais, permitindo assim soluções de descarbonização adequadas para os fornecedores e consumidores".
Este foi o primeiro estudo do projeto Ready4H2 - criado em outubro e com duração prevista até março de 2022 -, estando previsto o lançamento de mais dois. Um vai versar sobre como podem as ORD contribuir para a cadeia de valor do hidrogénio, enquanto outro deverá oferecer um roteiro sobre a contribuição das ORD para a criação de uma infraestrutura de distribuição de hidrogénio da Europa".