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Esmagadora maioria dos gasodutos europeus pronta para conversão para hidrogénio

Aliança europeia Ready4H2 (Ready for Hydrogen) defende investimento nas redes de distribuição de gás, considerando que o transporte de hidrogénio fica quatro vezes mais barato por essa via do que por camião. Estudo conclui que sistema está pronto, mas identifica barreiras à conversão.

16 de Dezembro de 2021 às 15:25
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A Ready4H2 (Ready for Hydrogen) levou a cabo um estudo sobre a real capacidade das redes de distribuição de gás europeias de suportarem a construção de um mercado de hidrogénio resiliente e concluiu que a larga maioria (96%), que garante abastecimento de 67 milhões de lares, empresas e indústrias, está preparada para uma conversão. Não obstante e, apesar dos benefícios, incluindo económicos, a aliança europeia sinaliza barreiras à transformação das redes de gás para transporte de hidrogénio.

Os principais dados do estudo, o primeiro do projeto europeu, foram facultados, esta quinta-feira, pela GGND (Galp Gás Natural Distribuição), que participa na aliança com mais 90 distribuidoras de gás europeias de 16 países. 

O estudo surge no quadro das ambições recentemente anunciadas para o Fit-for-55, pacote de propostas destinadas a alinhar a legislação da União Europeia (UE) em matéria de clima e energia pelo objetivo estabelecido pela UE de reduzir as emissões em pelo menos 55% até 2030.

Mas as vantagens da conversão dos gasodutos vão além disso. "Constatámos, em termos económicos, que é quatro vezes mais barato transportar hidrogénio por gasoduto do que por camião, o que justifica um forte investimento nas redes locais de gás", afirma o presidente da Ready4H2,Peter Kristensen, citado na mesma nota.

Apesar do "demonstrado portencial do hidrogénio", o estudo assinala, com base na recolha de conhecimento e experiência das Operadoras da Rede de Distribuição (ORD) a nível europeu sobre projetos e infraestruturas de hidrogénio e respetiva estratégia nacional, "uma série de barreiras tecnológicas, comerciais, públicas, regulamentares e organizacionais, que continuam a impedir a conversão das redes de gás para transporte de hidrogénio". A aliança dá como exemplo "as incertezas relacionadas com o preço e os volumes do mercado de hidrogénio, a falta de sensibilização do público para os benefícios da descarbonização por via deste vetor energético e de apoio às ORD".


Como solução para esses problemas, a Ready4H2 identifica "a necessidade de um mandato operacional mais forte para as redes locais de gás a nível europeu e de maior flexibilidade operacional a nível nacional/local para agilizar a adaptação das soluções de hidrogénio".

Em simultâneo, concluiu-se que, "a realidade das transições energéticas locais tem de ser reconhecida pela futura legislação da UE, criando a possibilidade de as ORDs poderem operar redes de hidrogénio dedicadas, em vez de apenas promoverem a mistura de hidrogénio nas suas infraestruturas", refere a mesma nota, apontando ainda que "os Estados-Membros devem dar às ORD um mandato para gerir a qualidade do gás nas suas redes individuais, permitindo assim soluções de descarbonização adequadas para os fornecedores e consumidores".

Este foi o primeiro estudo do projeto Ready4H2 - criado em outubro e com duração prevista até março de 2022 -, estando previsto o lançamento de mais dois. Um vai versar sobre como podem as ORD contribuir para a cadeia de valor do hidrogénio, enquanto outro deverá oferecer um roteiro sobre a contribuição das ORD para a criação de uma infraestrutura de distribuição de hidrogénio da Europa".

 

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