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Endesa Portugal diz que secretaria de Estado da Energia "está nas mãos do BE"

O presidente da Endesa em Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, defendeu ainda que não se pode exigir que os preços da energia desçam se os impostos sobem.

Claro que vai ser um ano muito instável e volátil. Riscos com eleições em estados membros 'relevantes', incógnitas sobre  a Administração Trump. Em Portugal, após as autárquicas,  em ambiente de Orçamento do Estado para 2018, provável ruptura entre parceiros do Governo.
24 de Outubro de 2017 às 13:47
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O presidente da Endesa Portugal afirmou hoje que a secretaria de Estado da Energia "está nas mãos do Bloco de Esquerda" e que "não se pode mudar uma vírgula" sem falar com aquele partido que suporta o Governo no Parlamento.

"A secretaria de Estado [da Energia] está nas mãos do Bloco de Esquerda. Não se pode mudar uma vírgula no que quer que seja sem que nos digam que é preciso falar com o grupo de contacto", afirmou Nuno Ribeiro da Silva, que falava na conferência organizada hoje em Lisboa pela sociedade de advogados Miranda sobre o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018).

Quando questionado sobre se o PCP também influencia as medidas adoptadas nesta matéria, o empresário explicitou que é "sobretudo o Bloco de Esquerda".

O presidente da energética espanhola em Portugal referiu-se ao cancelamento da barragem de Girabolhos, que a Endesa previa construir no Mondego num investimento superior a 400 milhões de euros e que abrangia os concelhos de Mangualde, Gouveia, Nelas e Seia, recordando a opção do Executivo, inscrita no Programa de Governo, em que se prevê "reavaliar o Plano Nacional de Barragens no que diz respeito às barragens cujas obras não se iniciaram".

"Uma coisa é andar no folclore partidário, mas outra é estar no Programa do Governo. É que no Programa de Governo é mais sério", uma vez que os accionistas que investem são influenciados por isso, argumentou.

O presidente da Endesa em Portugal defendeu ainda que não se pode exigir que os preços da energia desçam se os impostos sobem: "Dizem que a energia está cada vez mais cara [mas] sistematicamente surgem mais impostos na energia ao longo de toda a cadeia de valor", apontou.

Nuno Ribeiro da Silva afirmou que "o custo da electricidade no Mibel [Mercado Ibérico da Energia] subiu porque as centrais que estão são menos eficientes do que as que ficam de fora", como é o caso das portuguesas cujos "custos de produção são mais caros" do que o das espanholas, o que faz com que "Portugal passe a ser importador líquido de energia".

Ainda em relação às centrais, o empresário disse que, "ao não usar as centrais, nomeadamente a gás, Portugal não utiliza a infraestrutura de gás" e, dessa forma, "não dá receitas à infraestrutura gasista que tem um custo regulado e que tem de ser pago à REN, sim ou sim".

Em consequência, "o preço do metro cúbico de gás que os consumidores vão pagar aumenta", concluiu o presidente da Endesa Portugal que deixou uma crítica ao que considerou ser uma "lógica de canibalização no imediato".
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