Notícia
EDP finaliza compra da Viesgo por dois mil milhões
A elétrica nacional, liderada por Miguel Stilwell de Andrade, anunciou ter concluído a compra da espanhola Viesgo.
A EDP anunciou esta quarta-feira, em comunicado à CMVM, ter concluído a compra da espanhola Viesgo.
A elétrica nacional, liderada por Miguel Stilwell de Andrade (na foto), vai gastar 2 mil milhões de euros nesta operação (investe 900 milhões de euros e assume dívida de 1,1 mil milhões de euros).
A Viesgo fica avaliada em 2,7 mil milhões de euros, sendo que os restantes 700 milhões de euros são investidos pela Macquarie Infrastructure and Real Assets (MIRA), parceira da EDP nesta operação.
A operação prevê que a EDP passe a deter 75,1% da Viesgo, enquanto o fundo australiano controlará os restantes 24,9%.
Esta parceria passa a deter três empresas de distribuição de electricidade: E-Redes (anteriormente detida a 100% pela EDP, sendo a sua subsidiária para distribuição de eletricidade em Espanha), Viesgo Distribución e Begasa (atualmente detidas a100% pela Viesgo), explica o documento.
Trata-se da maior aquisição desde 2007, quando a elétrica liderada então por António Mexia comprou a norte-americana Horizon.
No passado dia 20 de outubro, a União Europeia aprovou esta compra e a 9 de dezembro foi a vez de também o governo espanhol dar luz verde ao negócio.
A proposta da EDP pela Viesgo foi conhecida em julho deste ano, quando anunciou à CMVM a necessidade de recorrer a um aumento de capital para cobrir os custos desta operação. No final, os acionistas responderam de forma ativa ao aumento de capital, que foi "totalmente subscrito", com a procura a representar cerca de 256% do montante da oferta.
Este foi o primeiro aumento de capital realizado pela EDP desde 2004, quando comprou a espanhola Hidrocantábrico.
A EDP Renováveis (detida em 82,6% pela EDP) passa a ser dona da totalidade do negócio de energias verdes da Viesgo, arrecadando 24 parques eólicos e duas centrais mini-hídricas localizadas em Espanha e Portugal, com capacidade instalada líquida total acima de 500 MW, em troca de 565 milhões de euros.
Por fim, a EDP fica ainda com duas centrais de geração térmica da Viesgo no sul de Espanha, "que potencialmente irão incorporar direito aos pontos de ligação à rede", assim que outras centrais sejam desativadas em 2021, previa a elétrica no passado mês de outubro.
"Esta transacção reforça o peso das actividades reguladas e contratadas de longoprazo, com perfil de baixo risco no portfólio da EDP, e está totalmente alinhada com a estratégia da EDP, focada no crescimento em renováveis e redes, no contexto da transição energética", remata a elétrica no comunicado de hoje.