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Construção do gasoduto mais polémico do mundo está a chegar ao fim

A construção do gasoduto mais polémico do mundo está prestes a entrar na reta final de uma disputa que colocou os Estados Unidos contra a Rússia e contra alguns dos seus aliados transatlânticos mais próximos, segundo imagens de satélite.

17 de Maio de 2020 às 13:00
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A construção do gasoduto Nord Stream 2, destinado a aumentar o fluxo de gás russo para a maior economia da Europa, foi paralisada há cinco meses depois do presidente dos EUA, Donald Trump, ter imposto sanções que obrigaram trabalhadores a suspender as obras. Agora, após uma viagem de três meses pelo globo, o Akademik Cherskiy, navio russo de colocação de tubos que é o principal candidato para finalizar o projeto, ancorou no porto alemão, onde as restantes secções do gasoduto aguardam a instalação. 

 

A Nord Stream 2 AG, operadora do projeto da russa Gazprom e financiado por algumas das maiores empresas de energia da Europa, confirmou que segmentos do gasoduto estão armazenados no porto, mas não quis comentar se a chegada do Akademik Cherskiy significa que o reinício da construção é iminente. A ameaça de sanções dos EUA é uma "discriminação ilegal contra empresas europeias", afirmou a Nord Stream 2 na quarta-feira em comunicado por e-mail em resposta a perguntas.


Apesar das sanções, o diretor-presidente da Gazprom, Alexey Miller, disse que a Rússia tem os meios para construir a secção restante por conta própria, sem especificar como. As exportações pelo gasoduto podem começar até o fim do ano, disse.

 

As atividades em andamento no porto de Mukran, apesar dos bloqueios que resultam da pandemia do coronavírus, enfatizam a importância estratégica do projeto. A instalação, localizada na ilha de Rügen, a cerca de 300 quilómetros a norte de Berlim, é um importante ponto do centro logístico Nord Stream 2, que começou a receber segmentos do gasoduto em 2016. 

 

Imagens de satélite capturadas pelo Planet Labs em 10 de maio mostram que secções do gasoduto foram movidas para um cais equipado com um guindaste para carregamento. Dados de rastreamento de navios mostram que uma embarcação de dragagem operada por uma empresa contratada pela Nord Stream 2 e um navio-guindaste russo também estão nas proximidades, e que o Akademik Cherskiy tinha-se deslocado na quarta-feira para a proximidade do cais com os tubos.



O Akademik Cherskiy partiu do mar do Japão em fevereiro, antes da covid-19 paralisar as economias europeias. Enquanto navegava do Pacífico, em torno do Corno de África e para o Mar Báltico, o número global de mortos pela pandemia havia subido para cerca de 287 mil em relação aos 904 em 9 de fevereiro. Os preços de referência europeus para o gás natural caíram mais de 40%, para mínimos históricos, durante a viagem do navio.

 

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