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Central solar em Cercal do Alentejo vai ter estudo sobre impacto na biodiversidade e solos
A Aquila Clean Energy assinou uma parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para estudar o impacto na biodiversidade e nos solos na área de construção da central fotovoltaica do Cercal.
A Aquila Clean Energy EMEA, plataforma de energias renováveis da Aquila Capital na Europa, anunciou esta sexta-feita que assinou uma parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) para levar a cabo um estudo prévio dos efeitos da central fotovoltaica de Cercal do Alentejo, no concelho de Santiago do Cacém (Setúbal), na biodiversidade do território, bem como na qualidade dos solos existentes.
Com uma capacidade instalada estimada de 275 megawatts (MW), esta central solar deverá entrar em exploração em 2024 e fornecer energia limpa a 141 mil casas, através da produção de 596 gigawatts-hora (GWh) de energia renovável por ano.
Na altura, os promotores revelaram que os impactos da central na biodiversidade e qualidade do solo iriam ser ser estudados por uma equipa do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Os trabalhos já começaram no local do projeto, revelou a empresa, salientando que, com os resultados obtidos, será "criado um plano de ação específico" para promover a biodiversidade e a qualidade dos solos.
"Este compromisso vai permitir complementar o conhecimento do local com uma componente académica e científica independente, adicionando robustez à caraterização efetuada no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental para a área onde vai ser instalada a central", refere a Aquila Clean Energy em comunicado.
No âmbito desta parceria, a FCUL, através da FCiências.ID - Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências e do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, vai proceder à caraterização da biodiversidade e dos solos na área de construção da central fotovoltaica do Cercal.
"Queremos assegurar que, além de ajudar a cumprir o objetivo de descarbonização do setor electroprodutor, esta central poderá coexistir com atividades agrícolas, em respeito pela biodiversidade local e sem consequências na temperatura ambiente", disse Manuel Silva, Head of Development & Construction da Aquila Clean Energy em Portugal.
Ou seja, antes mesmo do arranque das obras, "vai ser possível caraterizar em detalhe a qualidade do solo, a riqueza específica do local em termos de fauna e flora e também os microclimas locais".
Compreendida a situação atual do local, em matéria de biodiversidade e solos, serão depois definidas iniciativas com vista à preservação da biodiversidade e a promoção de práticas agrícolas mais ajustadas ao seu potencial.
Neste momento, a FCiências.ID já está a implementar um Plano de Monitorização da Temperatura e a avaliar eventuais impactes da central na temperatura circundante, aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) no âmbito das medidas inscritas na DIA, com o objetivo de propor medidas de mitigação.
Para Luís Carriço, diretor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, "as colaborações com empresas como a Aquila Clean Energy tornam possível colocar ao serviço da sociedade o melhor conhecimento disponível e a inovação que é desenvolvida na Faculdade de Ciências".