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Bondalti: do hidrogénio cinzento para o verde

O hidrogénio verde que será produzido numa futura fábrica da Bondalti, no complexo químico de Estarreja, terá como primeiro destino a sua própria produção de anilina, mas a mobilidade pesada e a injeção na rede de gás natural são outras das finalidades. Segue-se a fase de negociação de apoios a este investimento.
Maria João Babo e Paulo Duarte - fotografia 19 de Outubro de 2022 às 10:30

"O que o país não tem, a CUF cria." Era este o lema da empresa de Alfredo da Silva na década de 30 do século passado. Quase 100 anos depois, o grupo industrial que hoje se chama Bondalti pretende construir no complexo químico de Estarreja uma nova fábrica para produzir hidrogénio verde, já chamado de energia do futuro.

 

Assegurado que está o estatuto de Projeto Importante de Interesse Europeu Comum (em inglês, IPCEI) atribuído pela Comissão Europeia, e integrada nas agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a futura unidade – que vai nascer no terreno ao lado do que é hoje o coração da fábrica da Bondalti – tem a ambição de produzir, na primeira fase, 5,5 quilotoneladas/ano de hidrogénio verde.

 

A empresa do grupo José de Mello é um dos principais produtores de hidrogénio cinzento, obtido através da eletrólise de salmoura (solução de água saturada de sal), mas também um dos maiores consumidores para a produção de anilina, a base para fabricar mil e um produtos como poliuretanos para isolamento térmico, que é a matéria-prima para a produção de MDI feita na vizinha Dow Chemical. "Precisamos de hidrogénio sete dias por semana", sublinha Luís Delgado, administrador-delegado da Bondalti, que consome  todo o hidrogénio produzido para fazer anilina, e que, ainda assim, não é suficiente, tendo de o comprar à outra vizinha Air Liquide.

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