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Barragens? "Estão preocupados com os lobos e os morcegos, mas não com o homo sapiens lusitano"

O presidente da Associação de Energias Renováveis (APREN) defende a importância das barragens para os portugueses como forma de mitigar as secas, combater incêndios e para armazenar energia para os meses secos.

25 de Outubro de 2017 às 11:59
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Um dos problemas com a energia renovável é o armazenamento da mesma. Quando as centrais eólicas e solares produzem, a electricidade tem que ser imediatamente injectada na rede. As baterias que existem não são suficientes para armazenar em grande escala, e os custos são bastante elevados.

Mas hoje em dia já existe um método barato de armazenar energia durante meses: as albufeiras das barragens que permitem reter a água durante o inverno para depois produzir electricidade nos meses secos do verão. Além do mais, as barragens são também essenciais porque armazenam água durante períodos de seca, como o vivido em Portugal este ano, defende a Associação Portuguesa das Energias Renováveis (APREN).

"Se temos um clima semi-desértico, e se queremos água no verão na estação seca, precisamos de barragens. Queixamo-nos que há seca, dos incêndios, que não há água para beber, para regar, ou para apagar fogos. Mas a única forma de armazenar água são as barragens", começou por dizer o presidente da APREN, António Sá da Costa, esta quarta-feira, 25 de Outubro.

"Nós preocupamo-nos com o lobo ibérico, com o morcego, e não nos preocupamos com o homo sapiens lusitano. Se não preservamos o homo sapiens lusitano ninguém mais nos vem defender", afirmou Sá da Costa durante a conferência anual da APREN que decorreu em Lisboa.

O líder da APREN sublinhou que "Portugal tem um peso muito grande da hidroelectricidade, e é possível transferir energia hídrica do inverno para o verão, um armazenamento sazonal de 6, 8, 10 meses".

Sá da Costa sublinhou também que a energia hídrica tem baixas emissões e que por isso é essencial para os esforços do país para reduzir as emissões poluentes, a par da energia eólica e solar.

Nesse âmbito criticou a pressão que é feita sobre o sector eléctrico para reduzir emissões quando noutros sectores nada é feito. "A electricidade representa pouco mais de 20% das emissões. Até 2040 podemos ter electricidade 100% renovável. O meu problema são os outros 80% que não se fez nada, como nos transportes", criticou Sá da Costa.
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