Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Autocarros de Londres vão utilizar combustível feito de borra de café

Os icónicos autocarros vermelhos de dois andares de Londres vão em breve utilizar um biocombustível feito parcialmente de borra de café.

26 de Novembro de 2017 às 13:00
  • 1
  • ...

O combustível será fornecido por um projecto de demonstração criado pela Bio-bean, uma empresa com sede em Londres que se uniu à Royal Dutch Shell para a iniciativa. Serão produzidos 6.000 litros do combustível por ano.

 

"A borra de café tem um conteúdo de petróleo elevado, 20% de petróleo em peso, por isso é, de facto, uma matéria-prima excelente para o biodiesel", disse Arthur Kay, fundador da Bio-bean, em entrevista, por telefone.

 

Com o aumento da pressão pública contra o uso de alimentos como combustível, as empresas estão a concentrar-se cada vez mais em biocombustíveis produzidos a partir de resíduos, como óleo de cozinha e plantas não comestíveis. Algumas culturas, como o milho e a cana-de-açúcar, são transformadas em etanol para serem queimados nos motores, com mercados consideráveis em algumas partes dos EUA e da América do Sul.

 

A Bio-bean fechou parcerias com milhares de cafés no Reino Unido, como o Costa Coffee e o Caffe Nero, para recolher a borra. O Reino Unido produz 500.000 toneladas por ano, segundo Kay. A empresa que detém a Caffe Nero é a Italian Coffee Holdings, com sede em Londres.

 

A borra é convertida em biocombustível na fábrica da empresa em Cambridgeshire e misturada com diesel comum, representando 20% do produto final. De seguida, o material é enviado a um tanque central no qual os autocarros de Londres são reabastecidos.

 

A empresa também fabrica um pellet sólido de biomassa para aquecimento das habitações e fogões, produzindo 50.000 toneladas por ano.

 

"Trata-se de uma matéria-prima boa também para os nossos outros produtos, por exemplo, porque está cheia de energia, tem um conteúdo calorífico superior ao da madeira", disse Kay.

A Bio-bean foi fundada em 2013 e tem recebido financiamento do governo britânico, da Shell e de investidores privados. A empresa planeia expandir-se pelo Reino Unido e, futuramente, pela Europa continental e pelos EUA.

 

"Basicamente procuramos lugares onde se beba muito café", disse Kay. "Os nossos planos de expansão estão baseados em locais próximos de fábricas de café instantâneo."

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio