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Areva fecha ano com perdas de 2.000 milhões de euros

A nuclear francesa apresentou contas com um dia de atraso depois de um acordo de última hora com a banca. Os atrasos num projecto na Finlândia justificaram metade das perdas do ano.

Bloomberg
26 de Fevereiro de 2016 às 09:05
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O impacto dos custos de reestruturação e de novas provisões levou a empresa de energia nuclear Areva a fechar 2015 com prejuízos de 2.038 milhões de euros, ainda assim uma recuperação face aos  4.833 milhões de euros negativos com que tinha encerrado o ano anterior.


Os resultados foram conhecidos esta sexta-feira, 26 de Fevereiro, ao fim de 24 horas de adiamento da apresentação das contas e depois de acordado financiamento com seis bancos credores da companhia, através de um empréstimo-ponte de 1.100 milhões de euros que assegura liquidez até ao fim de 2016, nomeadamente para o reembolso de um empréstimo obrigacionista.


"Metade desta perda de 2.000 milhões de euros deve-se a provisões adicionais para o projecto OL3 e outra metade para provisões para custos de reestruturação e imparidades relacionadas com condições de mercado", refere o presidente executivo da companhia, Philippe Knoche (na foto), em comunicado.


O projecto OL3 (reactor nuclear Olkiluoto 3), desenvolvido pelo consórcio Areva-Siemens para a finlandesa TVO, tem sido uma dor de cabeça para a companhia nos últimos anos, devido a atrasos e derrapagem nas despesas desde o início da construção em 2005 que gerou pedidos de indemnização de ambos os lados. A empresa francesa espera agora pôr fim ao diferendo entre fornecedor e cliente, que impôs perdas de 905 milhões à Areva no exercício de 2015.


No ano passado, as receitas da energética aumentaram para 4.200 milhões de euros e o EBITDA evoluiu para 685 milhões de euros (contra 471 milhões um ano antes). A companhia regista ainda encomendas totais no valor de 29 mil milhões de euros.

A Areva reduziu as perdas operacionais de 2,6 mil para 1,39 mil milhões de euros e espera este ano um cash-flow negativo de entre 1,5 e 2 mil milhões de euros devido à reestruturação.

Para reforçar a posição da empresa, está previsto um aumento de capital de 5.000 milhões de euros em que o Estado, accionista de referência com 87% do capital, terá papel determinante.

A negociação das acções da Areva foi suspensa esta quinta-feira, perante o atraso na apresentação de contas, e às 08:37 desta sexta-feira ainda não tinha sido retomada. No fecho de sessão de quarta-feira passada, os títulos recuaram 1,05% para os 3,68 euros.

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